Georgieva é aprovada para segundo mandato como diretora-gerente do FMI

A búlgara Kristalina Georgieva terá um novo mandato de cinco anos em 1º de outubro e ela é apenas a segunda mulher a ocupar a função; ela recebeu críticas por incluir mudanças climáticas como fator econômico relevante

Reuters

A diretora-gerente do FMI, em entrevista durante cúpula do G20, em São Paulo - 27/02/2024 (Reuters/Carla Carniel)

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Washington (Reuters) – A diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou na sexta-feira a economista búlgara Kristalina Georgieva para ocupar o cargo de diretora-gerente por um segundo mandato de cinco anos, a partir de 1º de outubro deste ano, informou a instituição.

“O Conselho elogiou a liderança forte e ágil da Sra. Georgieva durante seu mandato, navegando uma série de grandes choques globais”, disse em um comunicado. Georgieva era a única candidata ao cargo.

Em março, os ministros das Finanças da União Europeia endossaram Georgieva para um segundo mandato no comando da instituição financeira de última instância, praticamente garantindo sua aprovação. Tradicionalmente, os países europeus recomendam o diretor administrativo do FMI e os Estados Unidos recomendam o diretor do Banco Mundial.

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Georgieva disse estar grata ao conselho e honrada por ter sido escolhida para um segundo mandato, além de ansiosa para continuar trabalhando com a equipe “excepcional” do Fundo.

“Nos últimos anos, o FMI ajudou nossos países membros a enfrentar sucessivos choques, incluindo a pandemia, guerras e conflitos, e uma crise de custo de vida”, disse ela.

“Também intensificamos nosso trabalho sobre mudanças climáticas, fragilidade e conflitos, e a transição digital, de acordo com sua crescente importância para a estabilidade macroeconômica e financeira, o crescimento e o emprego.”

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Segunda mulher na chefia

Georgieva é a segunda mulher a chefiar o FMI e a primeira pessoa de uma economia de mercado emergente. Ela é a 12ª diretora-gerente do Fundo desde sua fundação em 1944.

Autodenominada “eterna otimista”, Georgieva liderou a instituição em meio a enormes choques na economia global, desde o surto da pandemia da Covid-19, poucos meses depois de assumir o cargo, até a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

No início de sua gestão, ela foi alvo de críticas dentro e fora do FMI por sua iniciativa de incluir as mudanças climáticas como um fator nos relatórios de supervisão das economias dos países membros e por seu foco nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.

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Georgieva foi fundamental na garantia de grandes empréstimos para a Ucrânia, supervisionou uma reformulação do programa de empréstimos maciços da Argentina e trabalhou de forma constante para ajudar a China a adotar reestruturações de dívidas soberanas.

Ela também sobreviveu a um desafio pessoal em 2021, quando o conselho executivo do FMI expressou sua total confiança nela após analisar alegações de que ela teria pressionado a equipe a alterar dados para favorecer a China enquanto trabalhava no Banco Mundial.