Flávio Dino critica Bolsonaro e diz que ataque a governadores na ONU é desleal

Presidente disse em seu discurso que a população brasileira foi obrigada a ficar em casa por determinação de governadores e prefeitos

Dhiego Maia

Jair Bolsonaro (sem partido) durante discurso na ONU nesta terça-feira (21)

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GONÇALVES (MG) – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostrou “desleal” ao criticar a gestão da pandemia de Covid-19 feita por governadores e prefeitos do Brasil em seu discurso na ONU.

Bolsonaro fez o discurso de abertura da 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, nesta terça-feira (21).

Pela tradição, o representante brasileiro é o chefe de Estado encarregado de inaugurar oficialmente a fala dos presidentes dos países filiados à ONU na Assembleia-Geral desde 1947.

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Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que a população brasileira foi obrigada a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos durante a pandemia.

“No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020”, disse Bolsonaro.

“Muita deslealdade de um chefe de Estado usar a tribuna da ONU para atacar governadores e prefeitos do seu país. E para insistir em mentiras sobre a pandemia. Esse é o Bolsonaro ‘moderado’?”, rebateu Dino em suas redes sociais.

Quarentena

A quarentena imposta por estados e municípios aconteceu no vácuo da inépcia do governo federal em criar protocolos de segurança para a contenção do coronavírus, sobretudo, no momento em que não havia vacina disponível para imunizar a população da Covid-19.

Bolsonaro vem, desde o início da pandemia, promovendo aglomerações por onde passa, não utiliza máscara no rosto nas agendas e nem nas coletivas à imprensa e continua a promover o chamado tratamento precoce, um método que não tem eficácia científica comprovada contra o coronavírus.

Em seu discurso diante dos chefes de Estado da ONU, Bolsonaro voltou a defender o método contra a Covid-19.

“Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial”, afirmou Bolsonaro no púlpito da ONU, nesta terça.

“Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial”, complementou.

Além de crítico aos governadores que, para ele, são os responsáveis pelos mau desempenho da economia devido ao fechamento dos setores produtivos ao longo da pandemia, Bolsonaro também tenta se eximir de sua responsabilidade ao distorcer uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

O Supremo autorizou todos os entes federativos (municípios, estados e governo federal) a criar medidas em diferentes áreas para aplacar a crise sanitária.

Desde então, Bolsonaro diz frequentemente que essa decisão do Supremo teria tirado seu poder de atuação na pandemia, manifestação esta que contraria o que realmente determinou a mais alta corte do Judiciário no país.

Para o governador do Maranhão, Bolsonaro se isolou da comunidade internacional e, seu discurso na ONU, será o novo gatilho para prejudicar ainda mais a economia e a imagem do Brasil.

“Bolsonaro foi para a ONU fazer discurso de ‘cercadinho’, recheado de fake news e de agressões. Ele realmente quer o Brasil como ‘pária internacional’, isolado e sem voz ativa no mundo. Imenso prejuízo para a nossa economia e para a imagem do Brasil”, escreveu Dino.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.