Filantropia comunitária: como ampliar o impacto social para transformar uma região

Em entrevista ao podcast, fundadora e diretora da Redes da Maré, Eliana Sousa Silva, fala sobre a sua experiência

Rodolfo Stipp Martino

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Ao investir nas associações que atuam em uma área geográfica específica, seja um bairro, uma região ou uma cidade, é possível envolver a população local na identificação do que é prioridade e na busca por melhores soluções.

Ações assim fazem parte da chamada filantropia comunitária, que é o tema do 43º episódio do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa!, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev,  com divulgação do InfoMoney. O programa desta semana é uma edição especial em parceria com o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social).

Os institutos e fundações comunitárias visam proporcionar um impacto sistêmico, possuem planos de longo prazo, financiam projetos, capacitam entidades do terceiro setor, fomentam a cultura de doação e protagonizam um diálogo entre organizações e iniciativas sociais com a sociedade civil, o poder público e os doadores. Tudo para transformar o território onde atuam.

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Para falar sobre o assunto, o programa realizou uma entrevista com a fundadora e diretora da Redes da Maré, Eliana Sousa Silva. A organização luta para garantir os direitos e melhorar a condição de vida dos cerca de 140 mil moradores de 16 favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Um passo adiante nesse trabalho está sendo dado com a realização de um estudo de viabilização para criação de um fundo comunitário que consiga ter resultados em maior escala.

“Até hoje, a gente vem construindo nossos projetos de pesquisas, de ação e de incidência na política pública muito a partir de projetos, e é assim que a gente capta recursos. É assim que a gente traz parcerias. Entendemos que poder ter uma fundação comunitária vai olhar para esse conjunto de favelas e para esse conjunto de iniciativas a partir de uma outra dimensão. A partir da possibilidade de pegar uma demanda social que a gente tem aqui e trabalhá-la em rede”, continuou.

Ela citou um projeto de educação idealizado em 1997 quando menos de 0,5% dos habitantes da região tinham estudado em uma universidade. A partir daquela realidade, um curso foi implementado para que os alunos pudessem se preparar melhor para os vestibulares. Esse curso e outros existem até hoje.

Segundo Eliana, atualmente quase 4% da população da Maré tiveram acesso à universidade. Mas ela sabe que não é apenas uma iniciativa que muda todo o panorama.

“A gente não consegue isso se continuar atuando apenas com um projeto, a gente precisa realmente fomentar uma rede de projetos, lideranças, iniciativas ou coletivos que possam a partir de uma temática, de um direito que não está estabelecido, criar essa possibilidade de inventividade para enfrentamento desse problema”, declarou.

Para estabelecer o fundo para a Maré, o projeto de Eliana participa do programa Transformando Territórios, do IDIS, que tem como objetivo justamente fomentar a criação e o fortalecimento de institutos e fundações comunitárias no Brasil.

“Realmente, a gente quer investir para mudanças estruturais. O que faria uma mudança estrutural? O que a gente precisaria criar e inventar?  Essa coisa muito a partir dos moradores, a partir da mobilização social”, afirmou.

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