Fed deve calibrar reunião a reunião decisão sobre corte de juro nos EUA, diz analista

No Brasil, a taxa terminal da Selic pode ser mais alta do que a esperada pelo mercado

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Com os últimos dados de inflação no Brasil e de mercado de trabalho nos Estados Unidos, Alexandre Maluf, economista da XP, participou do programa Morning Call da XP e apontou direcionamento futuro da política monetária em ambos países.

“Temos nos surpreendido com as leituras de mercado de trabalho (nos EUA). Existia uma dúvida se haveria um aumento da taxa de desemprego, um arrefecimento, mas isso, de fato, não houve. Inclusive, apresentaram bastante solidez”, afirmou. O mercado de trabalho forte pressiona a inflação.

Espaço para corte

O Fomc (Federal Open Market Committee) do Federal Reserve (Fed), divulgou nesta terça (26) a ata da reunião de 6 e 7 novembro, quando ocorreu um corte dos juros em 0,25 ponto percentual (pp).

“Existe espaço ainda para corte”, avaliou o economista. “A gente acredita que em dezembro eles continuam cortando os juros por lá em 0,25 pp. Isso, condicionado aos dados que serão divulgados”, afirmou.

Segundo Alexandre Maluf, o a mais importante da ata do Fomc foi de que a política monetária nos Estados Unidos agora será abordada de forma mais gradual. “Ou seja, calibrando a decisão reunião por reunião conforme os indicadores são divulgados”, disse. “Os núcleos de inflação ainda seguem acima da meta”, afirmou.

Enquanto isso, no Brasil

Já no Brasil, ele disse que o cenário de curto prazo é “desafiador”. “Há uma desancoragem (da inflação) adicional das expectativas tanto para 2026 como para 2027”, destacou.

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Para ele, o cenário segue com perspectiva de elevação da taxa de 0,50 pp na reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom). “Trabalha-se com uma taxa terminal (da Selic) de 13,25% em março, mas a gente reconhece que talvez o Banco Central tenha que ir mais adiante”, afirmou.

O IPCA-15 de novembro, divulgado nesta terça fez com que  XP subisse a projeção do indicador para 2024 de 4,9% para 5,0%.