Fechamento de frigoríficos em pequenas cidades nos EUA afeta trabalhadores e economias locais

Processadores de carne estão fechando as portas nos EUA com queda na demanda do consumidor e custos altos com gado, ração e salários

Estadão Conteúdo

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O fechamento da fábrica de processamento de frangos da Tyson em Noel, no Estado norte-americano de Missouri, afetou não só os 1,5 mil trabalhadores da planta, mas também toda a economia local. Este é um dos seis frigoríficos que a companhia disse que vai fechar ainda neste ano.

Assim como a Tyson, outros processadores de carne estão fechando as portas nos Estados Unidos, em resposta ao que afirmam ser uma queda na demanda do consumidor e custos altos com gado, ração e salários.

Os fechamentos representam uma turbulência econômica para as pequenas cidades, onde as empresas são empregadoras, clientes de agricultores locais, além de pilares da base tributária.

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O condado de McDonald, onde fica a cidade de Noel, pode perder 22% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e quase um terço de sua arrecadação de impostos sobre vendas de US$ 8 milhões com o fim das operações, de acordo com estimativas da empresa Decision Innovation Solutions. O condado deve perder, ainda, cerca de 2 mil empregos.

Já em Dexter, no Missouri, onde a Tyson vai fechar outra fábrica, os criadores de aves da região se preocupam com as dívidas contraídas para a construção de galpões e instalação de novos equipamentos. Eles dizem que não há outra empresa para a qual possam vender seus frangos com a saída da companhia de carnes.

Segundo o prefeito de Noel, Terry Lance, a Tyson afirmou que não espera vender a planta para outro fornecedor de carne. No entanto, a empresa diz que consideraria ofertas para as fábricas que estão fechando.

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A companhia chegou a estimar que seu impacto econômico nas comunidades onde opera ultrapassa US$ 27 bilhões anualmente. Além disso, sua mais nova instalação de processamento de frango, inaugurada em Humboldt, Tennessee, em 2021, deve gerar anualmente US$ 150 milhões para o estado, entre folha de pagamento, pagamentos a agricultores e compras de grãos e utilidades, estimou a Tyson.

Autoridades do setor dizem que mais fechamentos podem ocorrer à medida que os processadores de carne relatam lucros em queda. Neste cenário, produtores de frango e suínos lidam com um excesso de oferta em toda a indústria, pressionando os preços no atacado. Os rebanhos de gado bovino recuam, elevando os preços do gado e reduzindo as taxas de abate semanal em quase 10% em comparação com o ano anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Em agosto, a Perdue Farms anunciou o fechamento de uma planta de carne em Michigan que emprega 130 pessoas, enquanto a gigante de suínos Smithfield Foods já fechou uma instalação na Califórnia com 1,8 mil funcionários este ano. A empresa de carne suína HyLife fechou uma planta com mil funcionários em Minnesota em junho. Já a processadora de carne canadense Olymel disse no mês passado que planeja fechar duas plantas, afetando cerca de 400 empregos.

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Pode levar anos para uma cidade se recuperar do fechamento de uma grande empresa. Em Plainview, Texas, a gigante do agronegócio Cargill fechou uma planta de carne bovina há uma década, onde era o maior empregador local, com mais de 2 mil trabalhadores.

O prefeito Charles Starnes, que era membro do Conselho Municipal quando a fábrica fechou, disse que restaurantes e outros negócios ao redor da empresa demitiram funcionários ou fecharam completamente, resultando na perda de cerca de 3 mil empregos em Plainview. A população da cidade diminuiu cerca de 2 mil pessoas desde o ano de fechamento, segundo ele. Fonte Dow Jones Newswires