EUA propõem a Moscou “caminho diplomático sério” sobre Ucrânia

"Esperamos que Moscou avalie com cuidado. Cabe a eles responder, estamos prontos em qualquer caso", afirmou secretário dos EUA

ANSA Brasil

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BRUXELAS, 26 JAN (ANSA) – O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, confirmou nesta quarta-feira (26) que a resposta que o governo americano deu a Moscou por escrito oferece “uma via diplomática séria, se a Rússia quiser”, sobre a crise na Ucrânia.

“Esperamos que Moscou avalie com cuidado. Cabe a eles responder, estamos prontos em qualquer caso”, afirmou o secretário, garantindo que está disposto a falar com o seu colega russo, Serguei Lavrov, “nos próximos dias”.

Blinken, no entanto, deixou claro que “existem princípios básicos” que a administração de Joe Biden está determinada “a manter e defender, incluindo a soberania e integridade territorial da Ucrânia, e o direito dos Estados de escolher seus próprios acordos e alianças de segurança”.

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De acordo com o secretário americano, o documento entregue a Moscou pelos EUA contém “as preocupações que o país e seus aliados levantaram”, além das respostas coordenadas com a Ucrânia e seus parceiros. Washington confirmou ainda que a embaixada em Kiev, na Ucrânia, permanecerá aberta com o objetivo de “continuar a manter uma presença sólida” na capital “para prestar apoio diplomático, econômico e de segurança” no território ucraniano.

“A posição dos Estados Unidos sobre a política de portas abertas da Otan não muda”, continuou Blinken, na coletiva, confirmando que irá expor o referido documento aos membros do Congresso dos EUA mesmo que as respostas não sejam tornadas públicas.

“Achamos que a diplomacia tem mais chance de sucesso se dermos espaço às conversas porque elas permanecem confidenciais. E, novamente, esperamos que a Rússia tenha a mesma visão e leve nossa proposta a sério”, enfatizou.

Segundo Blinken, o presidente dos EUA, Joe Biden, esteve profundamente envolvido na elaboração das respostas escritas a Moscou sobre pedidos de garantias de segurança. O secretário disse ainda estar “absolutamente confiante na solidariedade alemã” em estar “com” os EUA em oposição às ameaças da Rússia contra a Ucrânia.

Na carta, Washington abordou “a possibilidade de medidas de transparência mútua sobre as posturas das forças e sobre a Ucrânia, bem como medidas que aumentem a confiança nos exercícios e manobras militares na Europa”.

Além disso, o documento também abre o caminho para o avanço das negociações com a Rússia sobre o controle de armas, a questão de mísseis estratégicos e armas nucleares posicionadas na Europa.

A Rússia acumulou mais de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia e mobilizou outras tropas, que estão a caminho, além de concentrar um número de militares significativo também na Belarus.

Hoje, o secretário da Otan, Jens Stoltenberg, confirmou que a organização não vai abrir mão de seus princípios, apesar de ter oferecido um caminho diplomático a Moscou.

“As tensões estão aumentando, a Rússia continua seu fortalecimento militar e vemos mais tropas agora, não apenas na fronteira com a Ucrânia, mas na Belarus, onde a Rússia está implantando milhares de aviões de combate, centenas de aeronaves, sistemas de defesa aérea S-400 e muitos outros equipamentos muito avançados – são tropas altamente competentes”, afirmou Stoltenberg, acrescentando que “não há transparência sobre esses desdobramentos”.

Reunião em Paris

As discussões entre Rússia e Ucrânia em Paris “não foram fáceis” e vão continuar em uma nova rodada dentro de duas semanas em Berlim, anunciou nesta quarta-feira (26) o enviado do Kremlin, Dmitri Kozak.

Segundo o representante russo, o principal resultado da reunião, da qual participaram também Alemanha e França, foi a concordância em que, “apesar de todas as diferenças de interpretação”, “todas as partes devem manter o cessar-fogo” no leste da Ucrânia “em virtude dos acordos”.

Os participantes da reunião “discutiram a importância do grupo de contato trilateral e seus grupos de trabalho para intensificar as atividades em vista do rápido progresso na implementação dos acordos de Minsk”. (ANSA).

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