EUA devem liderar retração do PIB global em 2020

O país com mais casos confirmados de Covid-19 deverá responder por 31% da retração deste ano no PIB mundial

Bloomberg

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(Bloomberg) — Poucos países foram poupados das consequências econômicas devastadoras do surto de coronavírus. Mas nenhuma economia terá um impacto maior no crescimento global do que os Estados Unidos.

O país com mais casos confirmados de Covid-19 deverá responder por 31% da retração deste ano no PIB global, segundo cálculos da Bloomberg com dados do Fundo Monetário Internacional. O número é mais do que o dobro da participação do país na produção global. O FMI prevê que a economia global irá encolher 3% neste ano, a maior queda em quase um século, e se expandir quase 6% em 2021.

“Embora sejam essenciais para conter o vírus, os confinamentos e restrições à mobilidade têm causado um impacto considerável na atividade econômica. Os efeitos adversos da confiança provavelmente pesarão ainda mais nas perspectivas econômicas”, disse o FMI no relatório “World Economic Outlook” divulgado nesta semana.

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A Alemanha e o Japão responderão pela segunda e terceira maiores proporções da queda, com mais de 7% cada. Na América Latina, Brasil e México terão um peso de 4,5% e 4,3% na retração global, respectivamente.

A economia dos EUA foi devastada pela pandemia. Mais de 667 mil casos de Covid-19 foram confirmados, enquanto mais de 32,8 mil pessoas morreram. A Itália vem em segundo lugar, com cerca de 169 mil casos e 22 mil mortes.

No ano de 2020, o FMI prevê que o PIB vai encolher 5,9% nos EUA, 9,1% na Itália, 7% na Alemanha e 5,2% no Japão. Esses resultados sombrios serão compensados pelo crescimento na China e na Índia, duas das maiores economias.

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Para 2021, o Fundo espera forte recuperação, com expansão de 5,8% da economia global, a mais forte já registrada pelo FMI desde 1980. A China deve liderar o ritmo, contribuindo com uma participação de 29,2%, e os EUA em segundo lugar, com 12,8%. Índia, Indonésia e Alemanha completam a lista dos cinco primeiros.

O FMI estima que a China crescerá 9,2% no próximo ano, contra 1,2% em 2020. A economia dos EUA teria expansão de 4,7%, a mais forte desde 1999.

Alguns economistas alertam que as perspectivas do Fundo são muito otimistas.

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“As projeções para 2021 são otimistas demais, uma vez que piso da recessão econômica não foi atingido em muitas grandes economias”, disse Ehtisham Ahmad, ex-consultor sênior do FMI.

Thomas Torgerson, corresponsável de classificação soberana da DBRS Morningstar, demonstrou preocupação semelhante: “A pandemia de coronavírus e a resposta associada geraram enorme incerteza para previsões econômicas e análises de risco de crédito.”

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