Estudos mostram baixa proteção de CoronaVac contra ômicron

Escopo dos estudos é pequeno, e as diferenças nos perfis de idade e saúde dos indivíduos possivelmente são responsáveis pelas diferenças nas descobertas

Bloomberg

Frascos com CoronaVac no Butantan (REUTERS/Amanda Perobelli)

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(Bloomberg) – A vacina fabricada pela Sinovac Biotech, uma das mais usadas no mundo, não fornece anticorpos suficientes em duas doses para neutralizar a variante ômicron. Por isso, doses de reforço provavelmente serão necessárias para aumentar a proteção, segundo resultados preliminares de laboratório.

Embora os dois primeiros estudos sobre a CoronaVac e a ômicron tenham divergido sobre o nível de redução da resposta imunológica da vacina, ambos indicaram que o esquema de duas doses padrão não seria suficiente, o que aumenta a incerteza sobre um imunizante administrado a milhões de pessoas na China e no mundo em desenvolvimento para a proteção contra a Covid-19.

Em um grupo de 25 pessoas vacinadas com duas doses da CoronaVac, nenhuma mostrou anticorpos suficientes para neutralizar a variante ômicron, segundo comunicado de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hong Kong divulgado na noite de terça-feira.

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A empresa de Pequim divulgou os próprios dados na quarta-feira: sete em cada 20 pessoas – 35% – que receberam duas doses em seu estudo mostraram anticorpos suficientes para neutralizar a ômicron.

O quadro melhorou um pouco quando uma dose de reforço foi adicionada ao esquema vacinal. Resultados de laboratório da Sinovac mostraram que, em um grupo de 48 pessoas que receberam três doses, 45 delas, ou 94%, tinham anticorpos suficientes para neutralizar a ômicron, disse a empresa.

A Sinovac não deu detalhes sobre o estudo ou se os dados seriam publicados em uma revista científica.

O escopo dos estudos é pequeno, e as diferenças nos perfis de idade e saúde dos indivíduos são possivelmente responsáveis pelas diferenças nas descobertas.

Há poucos dados sobre como a vacina da Sinovac reage à ômicron. Por exemplo, como as células T, a arma do sistema imunológico contra células infectadas por vírus, irão responder, mas os resultados iniciais são preocupantes para os que receberam as 2,3 bilhões de doses da CoronaVac administradas principalmente na China e em países em desenvolvimento.

Um estudo do Japão indicou que a ômicron pode ser pelo menos quatro vezes mais transmissível do que a variante delta, o que pode criar a necessidade de acelerar campanhas de reforço ou mesmo revacinar com um imunizante mais específico contra a nova cepa e atrasar os esforços mundiais para sair da pandemia.

Estudo de Hong Kong

Liderado por Kwok-Yung Yuen, um renomado professor de doenças infecciosas, o estudo da Universidade de Hong Kong com 50 pessoas foi aceito para publicação na revista médica Clinical Infectious Diseases e está disponível online como preprint.

O estudo também analisou a vacina de RNA mensageiro desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, disponível em Hong Kong.

De 25 pessoas que receberam duas doses do imunizante, cinco tiveram capacidade neutralizante contra a nova variante, disseram os cientistas.

Os dados estão em linha com resultados divulgados na semana passada pelas empresas, segundo as quais uma terceira dose seria suficiente para proteger contra a ômicron.

A equipe da Universidade de Hong Kong não estudou pessoas que receberam três doses da CoronaVac.

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