Em meio a crítica sobre ajuda insuficiente à Ucrânia, ministra da Defesa da Alemanha pede demissão

Christine Lambrecht vinha sendo criticada pela inexperiência para o cargo desde 2021; aliados da OTAN prometem enviar mais armas

Roberto de Lira

Torre de TV atacada por tropas russas em Kiev, capital da Ucrânia (Crédito: Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia)

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Em meio às discussões sobre envio de armamento pesado para a Ucrânia por parte de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, anunciou formalmente nesta segunda-feira (16) sua renúncia ao cargo. Ela vinha recebido críticas seguidas sobre sua postura vacilante sobre a ajuda militar.

Embora um episódio menor tenha sido citado como a gota d’água para sua saída – na virada do ano, ela publicou um post no Instagram considerado insensível ao falar sobre a situação na Ucrânia com fogos de artifício explodindo ao fundo – Lambrecht estava com sua gestão sob suspeita desde dezembro, quando foram reveladas graves falhas técnicas em unidades do moderno veículo de combate de infantaria Puma, durante um exercício de treinamento do exército alemão.

O episódio foi considerado como prova do sucateamento das Forças Armadas. Os veículos estavam com envio agendado para participar da Força-Tarefa Conjunta de Elevada Prontidão  da OTAN.

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A agora ex-ministra assumiu o cargo no final de 2021, com experiência anterior como ministra da Justiça do gabinete de Angela Merkel. Desde então acumulou gafes, como o uso de sapatos de salto alto durante uma visita a tropas em Mali e uso de um helicóptero militar para uma viagem privada.

No início deste ano, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky implorava por armas pesadas aos aliados europeus, Lambrecht convocou uma coletiva de imprensa para anunciar que a Alemanha entregaria 5 mil capacetes militares a Kiev.

Em meio à pressão, ela entregou hoje sua renúncia ao chanceler Olaf Scholz. “Os meses de foco da mídia em minha pessoa quase não permitem uma cobertura sóbria e debates sobre as decisões de política de segurança no interesse dos cidadãos da Alemanha”, escreveu em carta.

Mais equipamento pesado

Enquanto isso, a OTAN marcou ara sexta-feira (20) uma nova reunião em Ramstein, na Alemanha, onde os governos devem anunciar suas últimas promessas de apoio militar. O secretário-geral da Organização, Jens Stoltenberg, disse em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt que a Ucrânia pode esperar mais entregas de armas pesadas de países ocidentais em breve.

No início do mês, a França, a Alemanha e os EUA prometeram, respectivamente, tanques leves franceses AMX-10 RC, 40 veículos de infantaria alemães Marder e 50 veículos de combate Bradley. No sábado, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu fornecer 14 tanques Challenger 2 para a Ucrânia, tornando-se o primeiro país ocidental a fornecer os tanques pesados ​​que Kiev está pedindo.

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