Economistas criticam atuação de Bolsonaro em meio à pandemia

Segundo eles, a atuação do presidente, ao defender reabertura do comércio e a extinção de restrições para possibilitar a retomada da economia, é imperdoável

Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro em videoconferência (Fotos: Marcos Corrêa/PR)

Publicidade

Economistas que participaram na segunda-feira, 29, do painel sobre futuro da economia no Brazil Forum UK 2020 afirmaram que, neste momento, não dá para escolher entre economia e saúde.

Segundo eles, a atuação do presidente Jair Bolsonaro, ao defender a reabertura do comércio e a extinção de medidas restritivas para possibilitar a retomada da economia, é “imperdoável”.

Na visão do economista e professor do King’s College London Alfredo Saad-Filho, as “raízes” do impacto da pandemia no País têm relação com a desigualdade brasileira e com “o descaso deliberado do governo” ao lidar com a questão. Saad-Filho cita “a tentativa deliberada de se manter a atividade econômica a partir de um ponto de vista de que, para se manter o nível da renda, valeria a pena sacrificar vidas”.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Com um ministro interino na Saúde, o Brasil somava, até às 19h30 desta segunda, 57.658 mortes por covid-19, conforme Consórcio de imprensa. Segundo Saad-Filho, o governo brasileiro abriu mão de suas responsabilidades com a população.

“A psicopatia impede os níveis mais altos de governo de olhar para o outro, de cuidar do seu, de tratar da população. Estamos lidando com um desastre que poderia ter sido evitado. Isso, ao meu ver, é imperdoável.”

Zeina Latif, colunista do Estadão e ex-economista chefe da XP, avalia que “faltou articulação (do governo) com os Estados” no enfrentamento à pandemia.

Continua depois da publicidade

Citando um cenário em que nenhuma medida tivesse sido tomada, Zeina afirma que “a contaminação seria muito rápida”, com consequências duras. “Isso poderia gerar crise social, distúrbios, e de qualquer forma ia acabar impactando a economia pelas mortes, pela mão de obra que você perde, pelo caos social, pelo medo das pessoas”.

Segundo ela, é importante ter em vista este cenário extremo, senão podemos acabar “confundindo a análise, achando que o isolamento causa a crise, e não exatamente a doença”.

Proteja seu patrimônio: abra uma conta gratuita de investimentos na XP