Economia brasileira cresceu 0,2% no 2º trimestre, diz Monitor do PIB da FGV

O consumo das famílias cresceu 2,3% no período, mas formação bruta de capital fixo (FBCF) retraiu 2,5%, puxado por máquinas e equipamentos

Roberto de Lira

(Getty Images)

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O Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta crescimento de 0,2% na atividade econômica no segundo trimestre em comparação com os primeiros três meses do ano considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 2,6%. Na análise mensal, a economia cresceu 1,3% em junho, comparado a maio e 2,7% com relação a junho de 2022.

Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa da FGV, o forte crescimento registrado no 1º trimestre do ano, a atividade econômica mostrou desaceleração no 2º trimestre. “Apesar da forte retração registrada pela agropecuária, os modestos crescimentos do setor industrial e de serviços colaboraram para o resultado positivo de 0,2% no trimestre”, comentou.

Para ela, em linhas gerais, este resultado mostra uma certa resiliência da economia, que segue em terreno positivo mesmo com grande parte do bônus da agropecuária tendo se reduzido. “Por outro lado, esse fraco crescimento também ilustra a pouca capacidade de reação da economia para crescer de forma mais robusta em um ambiente de baixo investimento, juros altos e elevado grau de endividamento das famílias”, ponderou.

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Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 2,3% no segundo trimestre. Conforme já destacado em edições anteriores do Monitor, este crescimento tem se reduzido desde o final de 2022. A menor contribuição do consumo de serviços e de produtos não duráveis são as principais razões para essa desaceleração do consumo.

Formação bruta de capital fixo

A FBCF retraiu 2,5% no segundo trimestre. Esta retração é explicada exclusivamente pelo desempenho do segmento de máquinas e equipamentos que se retraiu pelo sexto trimestre móvel consecutivo.

A contribuição positiva gerada pelos segmentos da construção e de outros componentes da FBCF não foram suficientes para compensar a forte queda que tem ocorrido no componente de máquinas e equipamentos nacionais, devido principalmente à forte retração do segmento de caminhões, ônibus e relacionados.

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Exportação

A exportação de bens e serviços cresceu 14,1% no segundo trimestre. Praticamente todos os componentes da exportação cresceram no período, contudo apenas dois explicam a maior parte do resultado positivo.

As exportações de produtos agropecuários (30,1%) e da extrativa mineral (23,8%) foram responsáveis por cerca de 80% do desempenho positivo das exportações, conforme apresentado no Gráfico 5 do release.

Importação

O total das importações cresceu 6,8% no segundo trimestre. As importações de bens de consumo com crescimento de 29,7% e de capital com 18,2% responderam por mais de 60% do crescimento deste componente. Como destaque negativo, tem-se apenas a importação de produtos agropecuários que retraiu 30,8%.

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PIB em valores

Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB no 2º semestre de 2023 em valores correntes, tenha sido de 5 trilhões 74 bilhões e 868 milhões de Reais.

Taxa de investimento

A taxa de investimento no 2º trimestre de 2023 foi de 18,1%, pouco acima das médias históricas.