Déficit primário do setor público soma R$ 48,9 bilhões em junho, diz Banco Central

Governo central teve déficit de R$ 46,5 bilhões; resultado acumulado em 12 meses é um déficit de R$ 24,3 bilhões, ou 0,24% do PIB

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 48,9 bilhões em junho, ante superávit de R$ 14,4 bilhões no mesmo mês de 2022, informou nesta sexta-feira (28) o Banco Central do Brasil. Foram observados déficits de R$ 46,5 bilhões no governo central, de R$ 927 milhões nos governos regionais e de R$ 1,5 bilhão nas empresas estatais.

Nos 12 meses encerrados em junho o setor público consolidado registrou déficit de R$ 24,3 bilhões, equivalente a 0,24% do PIB, ante superávit de R$ 39,0 bilhões, 0,38% do PIB, nos 12 meses acumulados até maio.

 O montante dos juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somou R$40,7 bilhões em junho, comparados a R$ 98,2 bilhões no mesmo mês 2022. Contribuiu para essa redução o resultado das operações de swap cambial (ganho de R$ 20,5 bilhões em junho de 2023 e perda de R$ 39,9 bilhões em junho de 2022).

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No acumulado em 12 meses, os juros nominais alcançaram R$ 638,1 bilhões (6,18% do PIB) em junho de 2023, comparativamente a R$ 588,6 bilhões (6,29% do PIB) nos 12 meses até junho de 2022.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 89,6 bilhões em junho. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 662,4 bilhões (6,42% do PIB), elevando-se 0,03 ponto percentual do PIB em relação ao déficit acumulado até maio.

Dívida líquida

A Dívida Líquida do Setor Público atingiu 59,1% do PIB (R$ 6,1 trilhões) em junho, elevando-se 1,3 p.p. do PIB no mês. Essa elevação refletiu sobretudo os impactos da valorização cambial de 5,4% no mês (aumento de 0,7 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,5 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 0,4 p.p.) e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.).

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No ano, o aumento de 2,0 p.p. na relação dívida/PIB resultou das contribuições dos juros nominais apropriados (aumento de 3,3 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada de 7,6% (aumento de 0,9 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,2 p.p.), do crescimento do PIB nominal (redução de 2,2 p.p.) e do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,2 p.p.).

Dívida bruta

Já a Dívida Bruta do Setor Público – que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 73,6% do PIB (R$ 7,6 trilhões), mantendo-se estável como proporção do PIB em relação ao mês anterior.

Contribuíram para a estabilidade os juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), o efeito da valorização cambial no mês (redução de 0,2 p.p.), os resgates líquidos de dívida (redução de 0,1 p.p.) e o efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.).

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No ano, o crescimento de 0,7 p.p. na relação DBGG/PIB resultou, em especial, dos juros nominais apropriados (aumento de 4,0 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada (redução de 0,3 p.p.) e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 2,8 p.p.).