CoronaVac pode estar disponível para vacinação no início de 2021, diz diretor do Butantan

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, também afirmou que a vacina está próxima de ser registrada na Anvisa

Giovanna Sutto

(REUTERS/Amanda Perobelli)

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (3), Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que a CoronaVac deve estar disponível para vacinação na população no início do próximo ano.

“A vacina estará disponível e o registro na Anvisa, acredito eu, também estará disponível. Então, poderemos iniciar um programa em janeiro, acredito, de vacinação”, afirmou Covas em entrevista à Globo News. “E espero [que] com o apoio do Ministério [da Saúde], apesar de todas essas declarações que não citam nominalmente a vacina do Butantan. A nossa expectativa é a de que a vacina seja incorporada, inclusive atendendo ao que o próprio ministro fala, sem citar a vacina, de que a vacina que estiver disponível e registrada será incorporada.”

Também nesta quinta, chegou a São Paulo um lote com 600 litros de matéria-prima do imunizante para a fabricação local. Segundo o governo de São Paulo, esse volume de insumos é suficiente para produzir 1 milhão de doses da vacina.

A vacina está na fase final de testes e já tem previsão de distribuição no Brasil. O governo de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina.

Ainda à GloboNews, Covas também informou que a vacina está bem próxima de obter o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e afirmou que não haverá a necessidade de registro emergencial.

“Nós estamos muito próximos de solicitar o registro. Nós não teremos a necessidade de solicitar esse registro emergencial, vamos solicitar já o registro da vacina. Estamos muito próximos de que isso aconteça. O registro e a vacina estando disponíveis, nós temos que iniciar a vacinação. É tudo o que nós queremos”, disse Covas.

Vale lembrar que nesta quarta-feira (2), a Anvisa divulgou os critérios para uma modalidade de autorização emergencial de vacinas contra a Covid-19. Esse registro emergencial não é o “registro sanitário”, que seria a modalidade tradicional e mais completa de aprovação da vacina. Esse modo simplificado terá menos exigências do que os registros de outros medicamentos e tratamentos, mas a agência declarou que serão garantidos requisitos de segurança.

Nesta terça-feira (1), o governo federal divulgou um plano nacional de vacinação contra a Covid-19, que terá quatro fases. Em cada etapa serão atendidos determinados tipos de públicos, escolhidos a partir do risco da evolução para quadros graves diante de infecção, de exposição ao vírus e de aspectos epidemiológicos da manifestação da pandemia no país.

Mas, no calendário apresentado, a CoronaVac não é citada pelo Ministério da Saúde. Se a vacina não for incorporada ao Programa Nacional de Imunização, o governo paulista deve apresentar planos alternativos para vacinar a população.

“Cada dia sem vacina conta. Se a vacina estiver para uso, nós temos que iniciar a vacinação. E isso, pelo simples motivo: a vacina pode poupar a vida de milhares de pessoas. Não faz nenhum sentido, do ponto de vista da responsabilidade pública, atrasar o uso de uma vacina disponível e pronta, já registrada na Anvisa. Iremos trabalhar junto com os estados, se for o caso, junto com os municípios, para que isso aconteça“, afirmou o diretor do Instituto Butantan.

Eficiência

Um artigo publicado na revista científica “The Lancet” mostrou que a CoronaVac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo contra o vírus Sars-CoV-2 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.

No entanto, os testes são referentes às fases 1 e 2 do estudo clínico. Embora sejam positivos, sua eficácia contra a Covid-19 ainda precisa ser comprovada com os testes da etapa final (fase 3).

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.