Confiança do comércio recua pelo segundo mês seguido em outubro, diz FGV/Ibre

Índice ICOM caiu 3 pontos no mês, para 89,2 pontos; recuo foi disseminado em 5 dos 6 principais segmentos do setor

Roberto de Lira

Shopping Center (Pixabay)

Publicidade

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou pelo segundo mês consecutivo em outubro, em 3,0 pontos, para 89,2 pontos, informou nesta segunda-feira (30) o FGV/Ibre. Em médias móveis trimestrais também houve queda de 0,8 ponto.

Segundo Geórgia Veloso, economista do FGV/Ibre, a queda da confiança do comércio pelo segundo mês consecutivo acende um sinal de alerta pois o setor ainda não parece ter sentido os efeitos do início do ciclo de redução de juros e da desaceleração da inflação nos últimos meses.

“Os comerciantes ainda estão insatisfeitos em relação ao momento atual, enfraquecimento da demanda e aumento dos estoques em alguns segmentos. Há bastante cautela em relação aos próximos meses, fato que parece relacionado com a piora da confiança dos consumidores. O cenário tende a ser ainda desafiador no quarto trimestre do ano”, avaliou em nota.

Continua depois da publicidade

Em outubro, a segunda queda consecutiva o ICOM foi disseminada em 5 dos 6 principais segmentos do setor e nos dois horizontes temporais.

Em sua quarta variação negativa, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 2,0 pontos, para 92,2 pontos, mantendo-se no menor patamar desde maio desse ano (90,1 pontos). No mesmo sentido, o Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 3,8 pontos, para 86,7 pontos, se distanciando do patamar de 90 pontos e sinalizando pessimismo para os próximos meses.

Fatores limitadores

Mensalmente as empresas informam sobre os fatores que estão limitando a melhoria dos negócios. Em outubro os três fatores mais mencionados foram competição, demanda insuficiente e custo financeiro.

Continua depois da publicidade

A competição setorial destaca-se como a principal reclamação em 3 dos 6 principais segmentos.

Segundo o FGV/Ibre, apesar da recente melhora de indicadores econômicos ligados ao consumo, como a redução da inflação e o aumento do rendimento real dos trabalhadores, ainda há um percentual significativo de empresas queixando-se do nível atual de demanda.

Por fim, embora a parcela do custo financeiro permaneça em patamares elevados, tem mostrado uma redução de intensidade nos últimos meses, seguindo a trajetória do ciclo de queda das taxas de juros iniciada em agosto.