Confiança do comércio cresce para 93,8 pontos em agosto, diz FGV

Índice de Expectativas subiu 7,6 pontos, para 93,2 pontos, o maior desde outubro de 2022, mas indicador de Situação Atual caiu 3,4 pontos

Roberto de Lira

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O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 2,2 pontos em agosto, para 93,8 pontos, recuperando parte da queda de 2,6 pontos em julho, informou nesta quarta-feira (30) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais também houve alta de 2,2 pontos, o quinto resultado positivo consecutivo nessa medição.

Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV/Ibre, a alta da confiança do comércio em agosto foi motivada por uma melhora das perspectivas dos empresários em relação aos próximos meses.

“O resultado sugere cautela, observando demanda ainda fraca no momento, mas o ambiente macroeconômico de desaceleração da inflação, perspectivas de redução na taxa de juros e as medidas para redução do endividamento devem contribuir para melhorar a atividade do setor nos próximos meses”, comentou em nota.

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Para Tobler, é importante frisar que a sustentabilidade de recuperação do mercado de trabalho é essencial para que essas perspectivas se efetivem numa melhora do ambiente nos próximos meses

A alta do ICOM em agosto foi disseminada em 4 dos 6 principais segmentos do setor e influenciada totalmente pela melhora das expectativas.

O Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 7,6 pontos, para 93,2 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (93,8 pontos), influenciado principalmente pela alta de 8,0 pontos do indicador que mede a Tendência dos Negócios para os próximos seis meses.

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Na contramão, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 3,4 pontos para 94,6 pontos, com maior influência do indicador de Volume de Demanda Atual, que recuou 4,3 pontos.

Nos últimos dois meses, o ISA-COM vem dando sinais de desaceleração da trajetória positiva iniciada em fevereiro. Nesse mesmo sentido, na média móvel encerrada em agosto, 30,7% das empresas afirmavam que a demanda insuficiente era um limitativo à expansão dos negócios.

Segundo a FGV, esse percentual não se mostra homogêneo quando se separa por tipo de bem. Nos segmentos de bens essenciais, como hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis, 19,4% reportaram esse fator, enquanto nos demais bens esse percentual foi de 36,3%.

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“Os bens não-essenciais acabaram sendo mais afetados pelo período de juros mais altos, afetando mais a demanda desse grupo”, comentou Tobler.