Com pouso suave dos EUA, seis cortes de juros é sonho impossível, diz Kenneth Rogoff

Ex-economista chefe do FMI diz em Davos que apenas uma recessão profunda levaria Fed a praticar as quedas estimadas pelo mercado

Bloomberg

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O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não deve realizar os seis cortes nas taxas de juros em que os investidores estão apostando para 2024, a menos que os EUA de alguma forma sucumbam a uma “recessão profunda”. A afirmação foi feita nesta terça-feira (16) por Kenneth Rogoff, professor da Universidade de Harvard.

“Isso é um sonho impossível. Se tivermos uma aterragem suave, isso não vai acontecer. Teremos dois ou três (cortes)”, disse o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional à Bloomberg TV, no resort suíço de Davos, onde está sendo realizado o Fórum Econômico Mundial,

Ele ponderou, no entanto, que se houver uma recessão profunda, “e isso definitivamente pode acontecer”, as taxas seriam cortadas não apenas seis vezes, mas até 15 vez, destacando que as chances de uma queda forte na economia são de apenas 25%.

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Rogoff, que participa no Fórum Económico Mundial, disse que não pode concordar com a visão predominante de que o ano será bom, numa altura em que tantas coisas estão correndo mal.

Ainda nesta terça-feira, responsáveis do Fundo Monetário Internacional enfatizaram a perspectiva de como a economia mundial evitará uma recessão profunda.

“Parece haver este consenso em Davos – mas eu diria de forma mais ampla nos EUA – de que não será tão bom quanto 2023, que foi surpreendentemente bom, mas não será ruim. A inflação vai cair e pouso suave”, disse.

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Mas ele alertou que situação geopolítica é “diferente de tudo que já vi na minha vida profissional”, trazendo consigo as perspectivas de maior volatilidade na inflação, entre outras coisas.

“Estamos na Segunda Guerra Fria, pode tornar-se uma Segunda Guerra Fria mais quente do que foi e isso é muito desestabilizador. Pensem como foram os anos 70”, disse ele. “Não está de todo ruim, quero dizer, poderíamos ter um bom ano, mas isso está realmente pairando sobre nossas cabeças.”

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©2024 Bloomberg L.P.

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