Com mais de 16 mil mortes após terremotos na Turquia e Síria, OMS diz que ‘janela’ para resgates está fechando

Especialistas dizem que apenas 22% das pessoas soterradas conseguem sobreviver após 72 horas; na Síria, guerra civil é outro obstáculo

Roberto de Lira

Terremoto na Turquia (Photo by Zana Halil/ dia images via Getty Images)
Terremoto na Turquia (Photo by Zana Halil/ dia images via Getty Images)

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Com a contagem oficial de vítimas dosterremotosna última segunda-feira (6) na Turquia e na Síria passado de 16 mil, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, fez um alerta em entrevista para a rádio BBC que a janela para salvamento das pessoas soterradas por escombros está se fechando rapidamente.

Segundo Kluge, apenas 22% das pessoas presas em escombros sobrevivem por 72 horas após um terremoto, e a porcentagem cai rapidamente a partir de então. Portanto, ele disse acredita que o número de mortos na tragédia será bem maior, embota as equipes estejam trabalhando duro nos resgates.

A Associated Press informou que o número provisório de mortos na Síria – fornecido por funcionários do governo sírio e um grupo de resgate no noroeste do país controlado pelos rebeldes – chegou a 3.162. Já a agência de desastres da Turquia informou hoje o número de mortos confirmados subiu para 12.873 durante a noite. Mais de 60 mil pessoas estão feridas na Turquia e mais de 5 mil na Síria.

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Um grande obstáculo para resgatar pessoas com vida no quarto dia após os tremores de terra é temperatura. Em algumas áreas mais afetadas, as temperaturas chegam a bater no 5° negativos durante a noite. Na Síria, ainda há dificuldade logísticas causadas pela guerra civil, que já dura 11 anos. Segundo a Reuters, o primeiro comboio de ajuda humanitária ao país só deve chegar hoje.

Desastre secundário

Robert Holden, o gerente de resposta a incidentes da OMS, disse nesta quinta-feira à BBC que milhares de pessoas nos dois países estão agora “ao relento, em condições cada vez piores e horríveis”, com acesso interrompido a água, combustível, eletricidade e comunicações.

“Corremos o perigo real de ver um desastre secundário que pode causar danos a mais pessoas do que o desastre inicial se não nos movermos com o mesmo ritmo e intensidade que estamos fazendo na busca e resgate”, disse.

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(Com agências)