Com inflação sob controle e forte queda do PIB, gestores veem espaço para BC cortar Selic para 2% ao fim de 2020

Em levantamento, gestores de fundos multimercado macro projetam retração de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Sem esperar grandes surpresas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta quarta-feira (17), gestores de fundos de estratégia multimercado macro têm expectativas alinhadas com a da maior parte do mercado financeiro, de queda de 0,75 ponto percentual da Selic, para 2,25% ao ano.

Planilha Gratuita

Fuja dos ativos que rendem menos com essa ferramenta gratuita

Baixe a Calculadora de Renda Fixa do InfoMoney e compare a rentabilidade dos ativos

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Mas enquanto a estimativa compilada no relatório Focus, do Banco Central, aponta para os juros básicos estáveis neste patamar até dezembro, os gestores, que participaram ao longo de terça-feira (16) de pesquisa elaborada pela equipe de fundos da XP, esperam ainda mais uma queda da Selic, levando a taxa para 2% ao fim do ano.

Há maior pessimismo com o rumo da economia brasileira, em meio à crise gerada pela pandemia do coronavírus, apesar dos estímulos monetários efetuados pelos bancos centrais ao redor do mundo.

Entre os gestores, as projeções para a atividade brasileira em 2020 variam entre -10% e -5%, com mediana das estimativas apontando para queda de 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já a mediana das projeções para a inflação brasileira em 2020 se manteve em 1,50%, com mínima de 0,50% e máxima de 2,10% no ano.

Por fim, a pressão cambial teve certo alívio. Depois de meses de forte depreciação do real, o que se refletiu em projeções crescentes para o patamar do dólar ao fim do ano, a mediana das expectativas para a cotação da moeda americana caiu de R$ 5,30 para R$ 5,10 em dezembro.

Em termos de alocação, a XP assinala que, desde abril, os fundos vêm aumentando gradativamente o nível de risco dos portfólios, em linha com a normalização do regime de volatilidade do mercado.

“As posições mais comuns entre os portfólios seguem como as apostas a favor da queda dos juros locais, seja atrelado a taxas prefixadas ou à inflação, com diferentes vencimentos – curtos e longos. No mercado de câmbio, os gestores têm priorizado operações táticas e, na parcela de renda variável, voltam a aparecer posições levemente compradas em bolsa brasileira”, destaca a XP.

Participaram do levantamento 28 gestoras: Absolute Investimentos, Ace Capital, ARX, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, BTG Pactual, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, JGP, Kairós, Legacy, Macro Capital, Mauá Capital, MZK, Novus, Occam, Opportunity, Pacífico, Perservera, Porto Seguro, Truxt, Vinci Partners, Vinland, Vintage e XP Asset.

Invista na carreira mais promissora dos próximos 10 anos: aprenda a trabalhar no mercado financeiro em um curso gratuito do InfoMoney!

Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.