Cidade de São Paulo pode prorrogar quarentena com medidas mais rígidas

Prefeitura da cidade afirma que a possibilidade existe e que decisão final depende da análise diária

Giovanna Sutto

Máscara é segurada por pessoa na pandemia de Covid-19 (Getty Images)

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SÃO PAULO – A quarentena na cidade de São Paulo poderá ser prorrogada, segundo informou a assessoria de imprensa prefeitura.

“É uma possibilidade, que vai ser monitorada a evolução do quadro tanto de contaminação e mortes quanto de taxa de isolamento. É uma análise do dia a dia”, disse o órgão em nota ao InfoMoney.

“O governador [João Doria] deixou claro que a data depende da equipe médica, contaminados e a curva do vírus. Sempre teve a restrição de estender a quarentena se não houver o ‘ok’ do time médico. Até dia 8 [quando acontecerá a coletiva oficial sobre o assunto] continuamos a avaliar como será isso, o comportamento e quantas pessoas estão em casa para ver se vamos liberar, ou restringir ainda mais”, disse o prefeito Bruno Covas, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

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Ele pincelou ainda o enrijecimento de algumas medidas. “Estamos endurecendo ainda mais [as medidas]. Hoje sai o decreto do município e do estado de SP obrigando o uso de máscaras no transporte público. Na segunda-feira (27), começamos a fazer bloqueios educativos de algumas avenidas, para informar a população. Mas já é uma forma da CET testar se for o caso ter bloqueios efetivos para impedir a circulação. Nesta quinta-feira (30), está acontecendo em quatro pontos da cidade: Av. Sapobemba, na Av. São Miguel, Av. Mateo Bei, na zona leste, e estrada M’Boi Mirim, na zona sul”, afirmou Covas.

O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, acredita que a quarentena deve ser estendida, dado o momento.

“Já há uma decisão tomada, nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível fazermos isso, ao contrário, nós estamos iniciando uma discussão na prefeitura para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com que o isolamento na cidade possa crescer desse patamar de 48%”, disse ele ao G1.

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Máscaras de graça?

Covas disse que não haverá fornecimento de máscaras por parte da prefeitura à população. “Não serão fornecidas porque as pessoas podem fazer em casa de pano. Tem vídeos disponíveis internet e as pessoas podem lavar e manter suas máscaras. Não há necessidade de comprar”, disse durante a entrevista à rádio.

E complementou: “o grande problema é a quantidade. A prefeitura comprava 350 mil máscaras por mês, hoje são 2,3 milhões e só agora conseguimos estabilizar o estoque”.

O governo do estado anunciou que a partir do dia 11 de maio deve começar a flexibilizar o funcionamento do comércio em algumas regiões. Segundo o anúncio, a ideia é analisar cada município e liberar a circulação apenas em lugares em que há poucos casos da Covid-19.

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Na última sexta-feira (24), a cidade de São Paulo chegou a mil mortos, e, na quarta-feira (29), o número chegou a quase 1.500 mortos. “O aumento de 50% em menos de uma semana é grave, segundo Covas. “Se a população mantiver essa taxa de apenas cerca de 48% das pessoas em isolamento vai ser difícil ter previsão de retorno à normalidade. Não terá leitos para todos”, afirmou o prefeito na entrevista.

A assessoria da prefeitura não confirmou a entrevista coletiva desta quinta-feira (30).

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.