China reduz sua lista de super-ricos para 1.305 pessoas em 2022

Guerra entre Rússia e Ucrânia, aumentos das taxas de juros e repetidos surtos de covid-19 em toda a China reduziram as fortunas em 18% no ano

Roberto de Lira

Jack Ma Yun, do Alibaba, está em 9° lugar na lista dos mais ricos

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O número de super-ricos na China caiu para 1.305 indivíduos neste ano, 11% a menos que no ano passado, conforme revelou nesta terça-feira o Hurun Research Institute. O encolhimento foi atribuído a uma combinação de choques, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, aumentos das taxas de juros e repetidos surtos de covid-19 em toda a China. A chamada Hurun List está em seu 24° ano e inclui pessoas com patrimônio de mais de 5 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 710 milhões)

A riqueza total dos empresários listados caiu 18% em relação ao ano passado, para US$ 3,5 trilhões. Apenas 411 empresários viram sua riqueza aumentar, dos quais 133 eram caras novas na relação. Ao todo, 1.187 pessoas viram sua riqueza diminuir ou permanecer inalterada, dos quais 293 saíram da lista este ano.

As três cidades com maior concentração de empreendedores super-ricos na lista foram Pequim, Shenzhen e Xangai, seguidas por Hong Kong e Hangzhou. A média de idade dos milionários é de 58 anos, dois anos a mais do que no ano passado.

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Para Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun Report e pesquisador-chefe esta foi a maior queda da lista desde seu início, impulsionada em grande parte pela redução do número de empreendedores imobiliários e de saúde.

“Parte do motivo foi uma desaceleração da economia global, liderada pelas consequências da guerra, uma queda acentuada nos preços da tecnologia e a recuperação econômica geralmente lenta pós-covid. Em nível nacional, houve as contínuas interrupções no economia de surtos localizados de covid”, afirmou.

Como resultado, o mercado de ações da China caiu acentuadamente, com o Índice Hang Seng e o Índice de Shenzhen recuando mais de 20% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, o Índice Composto de Xangai caiu mais de 10%.

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“No entanto, vale a pena notar que, embora o número de indivíduos tenha diminuído, ainda é quase 50% maior do que há cinco anos, quatro vezes o de dez anos atrás e mais de 400 vezes o de vinte anos atrás”, ponderou o pesquisador.

O integrante médio da lista tem 58 anos, o que significa que eles nasceram em média em 1964, começaram seu primeiro negócio em 1993 (aos 29 anos) e entraram na lista pela primeira vez em 2011 (47 anos). “Os empreendedores nascidos na década de 1990 são bons em atender grupos de consumidores jovens. Este ano, três indivíduos self-made da geração dos anos 1990 entraram na lista, dois dos quais são do novo setor de consumo”, afirmou Hoogewerf.

A criação de riqueza na China mudou drasticamente nos últimos anos. Apenas 30% da lista deste ano estava na relação há dez anos, o que significa que 70% dos empreendedores são novos rostos da década passada.

Veja os 10 primeiro da lista:

1 – Zhong Shanshan (YST), com US $ 65 bilhões (+17%)

2 – Zhang Yiming (ByteDance), com US$ 35 bilhões (-28%)

3 – Robin Zeng Yuqun (CATL), com US$ 32,9 bilhões (-28%)

4 – Li Ka-shing e família (Cheung Kong), com US$ 31,4 bilhões (+2%)

5 – Pony Ma Huateng (Tencent), com US$ 30,7 bilhões (-32%)

6 – William Ding Lei (NetEase), com US$ 27,9 bilhões (+14%)

7 – He Xiangjian e família (Midea), com US$ 27,1 bilhões (-11%)

8 – Qin Yinglin e Qian Ying (Muyuan), com US$ 26,4 bilhões (+9%)

9 – Jack Ma Yun (Alibaba), com US$ 25,7 bilhões (-29%)

10 – Colin Huang Zheng (Pinduoduo), com US$ 24,3 bilhões (-26%)