China está literalmente lavando dinheiro para conter o surto de coronavírus

O dinheiro proveniente de áreas de infecção de alto risco será "especialmente tratado" em vez de voltar a circular

Allan Gavioli

Passageiros em viagem na pandemia (Crédito: Cleber Mendes/ Agência O Dia/ Estadão Conteúdo)

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SÃO PAULO – Enquanto o novo surto de coronavírus continua atingindo a China, o banco central do país implementou uma nova estratégia para conter o vírus: limpeza profunda e destruição de cédulas potencialmente infectadas – ou seja, uma operação oficial de higienização de dinheiro.

As medidas foram anunciadas pelo Banco Popular da China no último sábado (15) e visam conter a propagação do vírus, oficialmente conhecido como Covid-19.

Ainda que haja muito desconhecimento sobre o vírus, especialmente sobre vetores de contaminação e período de incubação, uma informação preocupante é clara: o organismo consegue sobreviver por várias horas em superfícies fora do corpo do hospedeiro, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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É justamente por isso que edifícios e empresas nas áreas afetadas desinfetam regularmente botões de elevador, maçanetas de portas e outras superfícies comumente tocadas. A sobrevivência do vírus fora do corpo do hospedeiro explica a preocupação com o dinheiro, já que é um objeto que muda de mãos várias vezes ao longo dos dias.

Em um comunicado à imprensa, o governo central chinês informou que todos os bancos devem desinfetar todas as suas cédulas com luz ultravioleta em altas temperaturas. Além disso, o banco deve armazenar o dinheiro por 14 dias antes de liberar para os clientes.

Para compensar o suprimento monetário e garantir que os bancos não fiquem sem capital, o banco central chinês emitirá grandes quantidades de dinheiro novo e não infectado.

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Em janeiro, o órgão destinou 4 bilhões de yuans (cerca de US$ 573,5 milhões, na conversão direta) em novas notas a Wuhan, a cidade chinesa onde o surto começou, disse o comunicado de imprensa do governo.

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Dinheiro “sujo”

O dinheiro proveniente de áreas de infecção de alto risco, como hospitais e mercados da região de Wuhan, será “especialmente tratado” e “devolvido ao banco central em vez de voltar a circular”.

As novas medidas indicam “o apoio total do sistema financeiro no combate ao vírus e na retomada da produção”, afirmou o comunicado do governo.

Isso não significa que o dinheiro é realmente perigoso para a saúde, já que transmissão de doenças ligada ao dinheiro é rara e nenhum grande surto de doenças foi iniciado por culpa dos caixas eletrônicos. Por outro lado, de acordo com um estudo feito pela New York University em 2017, cerca de 80% das notas americanas de um dólar contêm traços de cocaína e carregam centenas de bactérias.

Desde o início do surto em Wuhan, em dezembro, o coronavírus Covid-19 matou cerca de 1.800 pessoas e o número de contaminações na China já passam de 72 mil. Em outras partes do mundo, há cerca de 900 infectados em quase 30 países diferentes.

A OMS divulga relatórios diários sobre os números da infecção. O órgão, ainda que avalie o risco mundial como “alto”, pede calma. Segundo a OMS, fora da província de Hubei, epicentro da epidemia, a doença afeta uma proporção muito pequena da população, com uma taxa de mortalidade baixíssima.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.