A China divulgou nesta quarta-feira (7) uma circular com 10 medidas visando otimizar sua política de prevenção e controle do novo surto de covid-19 no país. Segundo a agência de notícias Xinhua, as medida tem o objetivo de trazer uma atuação mais “científica e direcionada” à questão sanitária.
As medidas são uma resposta do governo aos protestos verificados desde o final de novembro contra as rígidas regras de controle da pandemia no país, que reuniram centenas de pessoas nas principais cidades.
Segundo o documento, autoridades locais devem corrigir abordagens simplificadas ou de tamanho único e evitar medidas excessivas. A recomendação é de reduzir formalidades e burocracias consideradas inúteis e implementar fielmente medidas de prevenção e controle para maximizar a proteção da vida e da saúde das pessoas, mas minimizando os riscos para o desenvolvimento económico e social.
A circular proíbe, por exemplo, a expansão arbitrária de áreas de alto risco e exige o a definição mais técnica e focada das áreas de risco, que devem ser designadas por prédios, unidades, andares e domicílios, em vez de conjuntos residenciais inteiros, comunidades e subdistritos (como vilas).
Menos testes e com menor frequência
Também não devem ser feitos testes em massa de ácido nucleico, mas de acordo com as regiões administrativas. O escopo e a frequência esses serão ainda mais reduzidos, observa a circular.
Com exceção de lares de idosos, instituições médicas, escolas primárias e secundárias, jardins de infância e outros locais especiais, as pessoas não precisarão mais fornecer resultados negativos de testes de ácido nucleico ou passar por verificações de código de saúde para acessar locais públicos ou viajar para outras regiões.
Os infectados devem ser tratados cientificamente de acordo com a natureza da infecção e gravidade da doença, diz a circular. Se as condições domésticas permitirem, os portadores assintomáticos e aqueles com sintomas leves podem passar por quarentena domiciliar, assim como seus contatos próximos.
Outra determinação é que as medidas de quarentena impostas em áreas de alto risco devem ser suspensas se nenhuma nova infecção for relatada por cinco dias consecutivos. As farmácias devem funcionar normalmente e os fechamentos intencionais são proibidos, observa a circular.
Também faz parte da circular a orientação que os esforços de vacinação entre os idosos devem ser intensificados, com a criação de canais especiais e locais temporários de vacinação, além de implantação de unidades móveis de vacinação.
Escolas que não relatarem nenhum caso de covid-19 devem funcionar normalmente, e as afetadas pela epidemia devem designar com precisão as áreas de risco e garantir o funcionamento normal nas áreas não afetadas, acrescenta a circular.
Diplomacia
Além da nova abordagem interna, a China reforçou seus recados na diplomacia externa. Na noite de terça-feira (6), Qin Gang, embaixador chinês nos EUA, disse em evento público que seu país continuará a fazer “ajustes dinâmicos” em sua política de covid-zero para facilitar as trocas comerciais com os Estados Unidos
Em discurso à comunidade empresarial americana, o embaixador afirmou que é “infundado” dizer que a China irá regredir de um país aberto para um fechado. Os comentários surgiram em meio a crescentes preocupações sobre uma economia chinesa mais voltada para dentro após o 20° congresso do Partido Comunista Chinês.
Qin Gang reconheceu que “não há como negar que as políticas tiveram algum impacto na economia e na vida das pessoas”, mas ele defendeu que as medidas ajudaram o país a atingir o menor número de infecções e mortes do mundo.
Em evento em Washington organizado pelo Conselho Empresarial EUA-China, ele disse ainda que “a China conseguiu um bom equilíbrio entre proteger o povo e restaurar a economia”.
Sobre as disputas comerciais com os EUA, ele afirmou que as atuais restrições comerciais americanas ameaçam colocar as relações entre os dois países no caminho errado.