Cana-de-açúcar vai sofrer impacto do clima, diz CEO da BP-Bunge

Apesar dos danos climáticos, a BP-Bunge espera que seus resultados na atual safra sejam melhores do que em 2020-2021

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Etanol: mesmo competitiva nas bombas, a alternativa mais limpa e renovável vem perdendo espaço para a rival fóssil. (Foto: Divulgação)

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(Bloomberg) – O Brasil enfrenta as piores condições climáticas das últimas décadas, o que pode resultar em perdas significativas da produção de açúcar e agravar a já apertada oferta global, segundo a BP-Bunge.

A joint venture calcula que as perdas causadas pelo clima na região Centro-Sul, que responde por 90% da produção de açúcar no país, sejam maiores do que o previsto anteriormente, segundo o diretor-presidente da empresa, Geovane Dilkin Consul.

Os próprios campos da BP-Bunge também foram atingidos pela forte geada nas últimas semanas, afirmou.

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A moagem de cana da empresa deve cair pelo menos 12% na safra 2021-2022 em relação ao ano anterior devido às condições climáticas adversas. E o executivo pode revisar ainda mais para baixo a projeção da BP-Bunge para a moagem no Centro-Sul, que atualmente é de 535 milhões de toneladas.

“Há previsão de pelo menos mais duas frentes frias se aproximando dos canaviais em agosto”, disse Consul em entrevista na terça-feira. “O Brasil vai sofrer, e o recente rali de Nova York é um claro reflexo disso.”

As lavouras de commodities como açúcar e café arábica foram afetadas pelas condições climáticas, como a pior seca em quase um século e a geada mais forte em mais de duas décadas. A crise de oferta impulsionou os futuros de açúcar bruto em julho para a maior cotação desde 2017.

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E o rali da commodity não dá sinais de desaceleração diante das incertezas sobre o fornecimento. A StoneX Group espera que a demanda por açúcar supere a produção em 2021-2022.

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O déficit global tende a sustentar os contratos futuros do açúcar nos próximos dois anos, com um teto estimado em 19 centavos de dólar por libra-peso, nível acima do qual estimula enormes exportações da Índia, disse Consul.

A BP-Bunge deve processar 24 milhões de toneladas de cana na atual safra frente a 27,3 milhões esmagadas em 2020-2021.

A estimativa leva em consideração apenas o impacto da seca e da geada até agora. Ainda há dúvidas sobre o efeito das temperaturas congelantes sobre a cana que será colhida nos próximos meses, disse Consul.

No Mato Grosso do Sul – onde a empresa opera sua menor unidade – todas as áreas de cana foram afetadas.

Apesar dos danos climáticos, a BP-Bunge espera que seus resultados na atual safra sejam melhores do que em 2020-2021.

O Ebitda da empresa somou R$ 3,4 bilhões na safra passada, 63% maior frente à temporada anterior.

A joint venture, formada há pouco mais de um ano, tem se concentrado em melhorar a eficiência e cortar custos, disse o presidente do conselho da BP-Bunge, Mario Lindenhayn, durante a mesma entrevista.

No primeiro ano, a empresa operou 11 usinas no Brasil e atingiu dois terços da sinergia de R$ 1 bilhão prevista para os próximos anos.

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