Campos Neto reitera mensagem para Selic e aponta fiscal como motivo de turbulência

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 27 e 28 deste mês

Reuters

(Raphael Ribeiro/BCB)

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta sexta-feira a mensagem para a Selic da autoridade monetária, numa sinalização de que a taxa deve permanecer por ora no patamar atual, e voltou a chamar atenção para as preocupações fiscais como causa para a volatilidade do mercado.

Em apresentação no encontro anual da 1618 Investimentos, empresa de gestão de ativos, ele reafirmou que o BC não pretende elevar os juros básicos – hoje em 2% ao ano –  a menos que as expectativas e projeções de inflação fiquem suficientemente próximas das metas em seu horizonte relevante, que abarca 2021 e, em menor grau, 2022.

Campos Neto repetiu ainda que, em razão de questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para cortar ainda mais a Selic, se existente, deverá ser pequeno.

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A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 27 e 28 deste mês.

Quanto às contas públicas, o presidente do BC repetiu mensagem que já havia dado na véspera, também em evento fechado voltado para o mercado financeiro, quando apontou que o aumento recente do prêmio em LFTs e da diferença das taxas de juros de cinco anos domésticas com relação a outros países emergentes tinham como pano de fundo o risco fiscal associado ao Brasil.

De meados de setembro para cá o mercado tem reagido às idas e vindas do governo com relação a um novo programa de transferência de renda no ano que vem, temendo que, passado o período de calamidade por conta da pandemia de coronavírus, ele não vá se enquadrar na regra do teto de gastos.

Na noite de quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu uma emenda na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo que abra caminho para um orçamento de guerra em caso de nova emergência, a exemplo do que aconteceu neste ano por causa do surto de Covid-19.

A emenda constitucional do Orçamento de guerra desobrigou o governo de cumprir uma série de regras fiscais este ano, incluindo a meta de resultado primário, também permitindo que os gastos extraordinários, como os ligados à concessão do auxílio emergencial, não precisassem obedecer ao teto de gastos.

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