Reajustes da Petrobras

Campos Neto estima que reajuste de combustíveis terá impacto na inflação de cerca de 0,40 p.p.

Em evento, presidente do BC citou um “desancoragem gêmea” nas estimativas do mercado para a inflação e para o resultado fiscal

Por  Estadão Conteúdo -

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o reajuste nos combustíveis promovido pela Petrobras terá impacto na inflação e estima que ele possa afetar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,40 ponto percentual entre agosto e setembro.

“Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje”, disse Campos Neto, em evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Sobre a alta dos combustíveis, Campos Neto estimou que “o impacto será de mais ou menos 0,40 p.p. entre os meses de agosto e setembro”.

A Petrobras informou que vai elevar o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias a partir de amanhã. O preço da gasolina será elevado em 16,2%, para R$ 2,93 por litro, e o preço do diesel, R$ 3,80 por litro, uma alta de 25,8%. O aumento reduz a defasagem em relação ao mercado internacional e também o risco de faltar combustível no País.

Pouso suave

O presidente do Banco Central repetiu nesta terça que o Brasil tem feito um “pouso suave” na inflação com pouco custo para o crescimento da economia. Ele voltou a citar as revisões para cima nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

No evento da FPE, ele repetiu que há uma há “desancoragem gêmea” tanto nas estimativas do mercado para a inflação quanto para o resultado fiscal. Repetindo a apresentação feita na semana passada no Senado e em dois eventos em Curitiba (PR), ele voltou a pontuar as dificuldades estruturais de se reduzir gastos públicos no País.

No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, o que surpreendeu uma parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais “parcimoniosa”, de 0,25 ponto. O colegiado sinalizou ainda a manutenção do ritmo de cortes nas próximas reuniões.

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Meta

O presidente do Banco Central disse que o Brasil é um dos poucos países com inflação encaixada para os próximos anos. “Quando olha expectativa de inflação, o Brasil é um dos poucos países com inflação encaixada em 2023, 2024 e 2025. Tem países com inflação desacelerando mais rápido, aqui está no intervalo da meta”, afirmou.

Campos Neto avaliou que países avançados estão com desinflação mais lenta e citou como exemplo os Estados Unidos e Europa ainda subindo juros. Em contrapartida, ele frisou que Brasil e Chile desaceleram a inflação mais rápido entre os países emergentes.

O presidente do BC reiterou que o custo de desinflação no Chile está mais alto do que no Brasil, e ainda disse que a taxa de juros de 11% no Chile é muito alta, comparada com o Brasil.

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