Câmara dos EUA realiza sessão que pode aprovar impeachment de Trump

Presidente deve sofrer derrota na Câmara hoje, mas não deixará o cargo, o que só acontece se o Senado também aprovar o impeachment

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Pela terceira vez na história, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos debate o impeachment de um presidente. Começou nesta quarta-feira (18) a discussão entre os deputados (acompanhe no player acima com comentários do Washington Post) e é provável que Donald Trump saia derrotado ainda hoje.

Para sofrer o impeachment na Câmara, é preciso que mais da metade dos deputados vote a favor, levando o processo para o Senado. Porém, diferente do que acontece no Brasil, mesmo que Trump perder esta primeira disputa, ele segue no cargo.

Por outro lado, algo semelhante ao que ocorre por aqui é o tempo de discussão na Casa. A sessão foi aberta por volta das 9h (hora local) e deve acabar no início da noite se tudo transcorrer rapidamente. Porém, já foram apresentados pedidos de adiamento e a promessa é de que o debate se prolongue, com riscos de entrar pela madrugada.

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Caso o impeachment seja aprovado, o processo segue para o Senado, onde existe pouca chance de Trump perder já que a Casa é de maioria republicana.

Nesta etapa, a Câmara irá nomear os parlamentares que atuarão como os promotores do julgamento, enquanto os senadores atuarão como júri. Caberá ao Senado acatar o impeachment e aplicar a punição de cassação do mandato ao presidente.

As acusações contra Trump

O Partido Democrata cita dois artigos constitucionais de impeachment acusando Trump de abuso de poder e obstrução do Congresso. Eles afirmam que o presidente cometeu crimes e contravenções pressionando a Ucrânia a divulgar dados comprometedores sobre os rivais democratas para ajudar sua campanha de reeleição.

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Em resposta, os republicanos argumentam que a maioria dos democratas estava envolvida em uma “caça às a bruxas” contra um presidente que temem não poder derrotar.

A abertura do processo foi feita em setembro com o argumento de que Trump pediu ao presidente da Ucrânia uma investigação sobre seu adversário democrata, Joe Biden – que hoje é um dos favoritos a ganhar a indicação do partido para concorrer na eleição de 2020 – e seu filho, Hunter.

Trump admite que conversou e pediu ajuda para o presidente da Ucrânia, mas nega que tenha feito isso para se beneficiar para as eleições de 2020.

Guerra contra a democracia

Na véspera desta votação, o presidente Trump enviou carta a Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, na qual acusa os democratas no Congresso de terem declarado “guerra contra a democracia”.

“Escrevo esta carta à senhora, para que fique na história e para registar permanentemente os meus pensamentos. Daqui a 100 anos, quando as pessoas olharem para este caso, quero que o percebam e que aprendam com ele, para que nunca mais aconteça com outro presidente”, disse.

“Esse impeachment representa um abuso de poder inconstitucional e sem precedentes por parte dos parlamentares democratas, sem nada parecido em quase parecido em dois séculos e meios de história do Legislativo americano”, continua o texto de Trump.

Ao longo de seis páginas carregadas de críticas e acusações, o presidente escreve que os responsáveis pelo processo de impeachment violaram os seus juramentos, quebraram a lealdade para com a Constituição e usaram de forma leviana o termo “destituição”, palavra que considera “muito feia”.

(Com RTP e Agência Brasil)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.