Câmara dos EUA aprova impeachment de Trump; julgamento vai agora para o Senado

O plenário da Casa registrou 230 votos a favor e 197 contra a acusação de que Trump cometeu abuso de poder

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (18) o impeachment do presidente Donald Trump.

O plenário da Casa registrou 230 votos a favor e 197 contra a acusação de que Trump cometeu abuso de poder pressionando a Ucrânia a investigar Joe Biden, potencial adversário na eleição presidencial de 2020.

Agora, o o julgamento acontecerá no Senado, dominado pelo Partido Republicano e onde a condenação dependerá do aval de maioria qualificada de dois terços. Ao contrário do que acontece no Brasil, o presidente permanece no cargo durante o processo. No cenário atual, é improvável que Trump seja destituído.

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O Partido Republicano conta com 53 senadores, número mais do que suficiente para evitar a deposição do presidente.

“Eles querem me tirar (não estou preocupado) e ainda estão violando a lei de muitas maneiras. Como eles podem fazer isso e ainda remover um presidente muito bem-sucedido e que não fez nada de errado? Esse pessoal é louco”, escreveu Trump no Twitter.

Na última terça (17), em carta enviada à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, o presidente acusou a oposição de declarar “guerra contra a democracia americana” e promover um “golpe de Estado ilegal”. Pelosi definiu a mensagem de Trump como “ridícula”.

Acusações

Trump é acusado de ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a anunciar uma investigação contra Joe Biden, pré-candidato à Casa Branca e cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de gás, a Burisma. Para alcançar seu objetivo, o magnata teria congelado uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões a Kiev.

Em um telefonema em 25 de julho, Trump pediu para Zelensky investigar os Biden, mas não mencionou a ajuda militar, que estava bloqueada na época.

Já a acusação de obstrução se refere à postura do presidente de instruir membros do governo a não testemunharem no Congresso e não fornecerem documentos oficiais. A Constituição dos EUA estabelece que um presidente pode ser removido do cargo por “traição, propina ou outros crimes e contravenções graves”.

Essa última tipologia é definida de forma vaga, mas o Congresso costuma levar em conta três tipos de conduta: uso do cargo para obter ganhos financeiros, abuso de poder ou agir de maneira incompatível com a função.

Até hoje, apenas dois presidentes foram submetidos a processos de impeachment: Andrew Johnson (1868) e Bill Clinton (1998), ambos absolvidos – Richard Nixon renunciou em 1974, evitando um afastamento iminente por causa do escândalo “Watergate”.

(Com Ansa Brasil)

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