Butantan produzirá CoronaVac sem depender dos insumos da China em dezembro deste ano, diz Doria

Instituto Butantan começa nesta terça-feira a entregar 3,4 milhões de doses ao Ministério da Saúde

Allan Gavioli

Governador de SP, João Doria, com caixa da vacina CoronaVac (REUTERS/Amanda Perobelli)

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SÃO PAULO – Na manhã desta terça-feira (23), o Instituto Butantan começou a entregar uma nova remessa de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. Essa é a vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Durante coletiva de imprensa na sede do instituto, o governador do estado, João Doria (PSDB), afirmou que o Butantan será capaz de começar a produzir nacionalmente a CoronaVac, sem depender dos insumos chineses, em dezembro deste ano.

O acordo entre Butantan e Sinovac, farmacêutica chinesa que desenvolveu a CoronaVac junto ao instituto paulista, contempla, além da entrega de doses ao Brasil, a transferência da tecnologia para produção nacional de todos os insumos necessários para a confecção do imunizante.

Uma nova fábrica do Butantan está em construção no complexo do instituto e permitirá a produção nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), considerado o mais importante insumo da vacina. Hoje, o IFA é importado do China.

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“Nós temos dezenas de funcionários trabalhando em jornadas de dez horas por dia para colocar a fábrica em conclusão até o mês de outubro. Em outubro, novembro, e dezembro, as instalações dos equipamentos serão feitas. Ainda em dezembro deste ano, teremos a primeira dose da vacina do Butantan 100% produzida no Brasil. A partir de janeiro [de 2022] teremos a produção industrial da vacina”, disse o governador.

Entrega de 3,4 milhões de doses ao Ministério da Saúde

O Butantan prevê entregar mais 3,4 milhões de doses prometidas ao Ministério da Saúde em até oito dias a partir desta terça-feira (23), mantendo uma entrega diária de 426 mil doses. Mas o Butantan conseguiu enviar uma remessa de 1,2 milhão de doses já hoje.

A capacidade de produção do instituto foi ampliada para acelerar a entrega. “Não vamos parar, vamos continuar entregando”, afirmou Dimas Covas, diretor do instituto, durante coletiva de imprensa na sede do Butantan. Também nesta terça-feira, o instituto completa 120 anos de existência. O Butantan foi reconhecido como instituição autônoma em fevereiro de 1901, sob a denominação de “Instituto Serumtherápico”.

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Com a entrega desta terça-feira, 11 milhões de doses da CoronaVac foram entregues ao Ministério da Saúde. Segundo a agência de notícias Reuters, na quarta-feira (24) haverá a entrega de mais 900 mil doses. Em 25, 26 e 28 de fevereiro, serão 600 mil doses a cada dia. No início de março, haverá mais um lote 1,7 milhão de vacinas. Assim, o Butantan totalizará 15,4 milhões de doses entregues.

O instituto pretende chegar ao final de março com 27,1 milhões de doses da CoronaVac, e entregar mais 18,9 milhões de doses em abril.

Assim, o Butantan cumprirá o primeiro acordo firmado com o Ministério da Saúde, que prevê a entrega de 46 milhões de vacinas. Recentemente, o Ministério da Saúde assinou um contrato para aquisição de mais 54 milhões de doses da CoronaVac. Portanto, a entrega total é de 100 milhões de vacinas.

Butantan irá fornecer 20 milhões de doses a SP

Ainda durante a coletiva, Covas falou que o instituto, após cumprir os dois acordos com o Ministério da Saúde, terá plenas condições de fornecer as 20 milhões de doses solicitadas pelo governo paulista para vacinar toda a população de São Paulo, conforme prometido pela gestão Doria no último dia 8 de fevereiro, e as 30 milhões de doses pedidas na semana passada pelo Ministério da Saúde.

“Doses adicionais poderão ser produzidas a partir de agosto. Terminando a entrega das 100 milhões [de doses] nós poderemos produzir as 20 milhões de São Paulo e as 30 milhões do Ministério e, eventualmente, ampliar essa solicitação”, explicou o diretor do Butantan.

Como havia explicado Doria anteriormente, a produção dessas doses adicionais não afetarão o cronograma de entrega ao Ministério da Saúde e serão exclusivas para concluir a campanha de imunização no estado até o final de 2021. Ainda segundo o governador, essas doses foram pagas com recursos próprios do governo do estado de São Paulo.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.