Bolsonaro critica decisão do STF e diz que Brasil pode não ter vacina contra Covid-19 para todos

"Não pode tirar passaporte, carteira de habilitação, pode botar em prisão domiciliar, olha que lindo", reclamou o presidente

Reuters

Jair Bolsonaro, presidente da República (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro criticou na noite de quinta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu direito aos governos federal, estaduais e municipais a imporem restrições a quem não tomar a vacina contra Covid-19 e afirmou que possivelmente não haverá medicamento suficiente para todos em 2021.

“O que o Supremo decidiu? Se você não quiser tomar vacina, eu, o presidente da República, os governadores ou prefeitos podem impor medidas restritivas a você. Não pode tirar passaporte, carteira de habilitação, pode botar em prisão domiciliar, olha que lindo”, reclamou o presidente em sua live semanal.

A decisão do STF, tomada na quinta-feira por 10 votos a 1, diz que a vacinação contra Covid-19 deve ser obrigatória, mas não pode ser forçada. Nesse sentimento, definiram os ministros, as instâncias de governo podem impor sanções a quem decidir não se vacinar.

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Bolsonaro, que é contrário à obrigatoriedade, já afirmou que não tomará a vacina e chegou a anunciar que seria obrigatório assinar um termo de responsabilidade de quem tomasse, o que foi descartado pelo Ministério da Saúde.

Na live, Bolsonaro afirmou que o governo federal não irá impor nenhuma restrição.

“Da minha parte, zero. Agora, todos os governadores vão impor medidas restritivas? Eu não acredito. Eu não quero botar a mão no fogo por ninguém. Eu acho difícil, não acredito”, disse.

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O presidente disse ainda acreditar que o país não irá ter vacinas para todos os brasileiros em 2021. O planejamento do Ministério da Saúde é terminar a vacinação geral em 16 meses, de acordo com plano entregue ao STF.

“O ano que vem, dificilmente… Vamos supor que comece no final de janeiro, não temos como conseguir a vacina pra todo mundo até o final do ano. Então não vai ter medida restritiva nenhuma. O cara pode falar: ‘eu quero tomar’. Mas não tem”, disse. “Pode ser uma medida inócua do Supremo. Com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, entrou em uma bola dividida, meu Deus do céu, não precisava disso.”

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