BoE decide elevar a taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,50%, dentro do esperado

Foi a 12ª alta consecutiva promovida pelo BoE e representa o mais alto custo de empréstimos no país desde outubro de 2008

Roberto de Lira

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O Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) do Banco da Inglaterra (BoE) decidiu elevar sua taxa bancária em 25 pontos-base, para 4,50%, dentro das previsões do mercado. Foi a 12ª alta consecutiva e representa o mais alto custo de empréstimos no país desde outubro de 2008.

Mais uma vez, a decisão não foi unânime, pois dois membros do colegiado votaram por manter a taxa em 4,25%.

No comunicado sobre a decisão, o BoE afirma que continuará monitorando de perto as indicações de pressões inflacionárias persistentes, incluindo o aperto das condições do mercado de trabalho e o comportamento do crescimento salarial e da inflação de serviços.

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O Banco da Inglaterra informa ainda que, se houver evidências de pressões mais persistentes, será necessário um maior aperto na política monetária.

A inflação ao consumidor no país continua em dois dígitos: ficou em 10,2% em média no primeiro trimestre, ante uma meta de 2% buscada pelo BoE.

Na avaliação da conjuntura econômica, o Comitê diz que houve notícias positivas sobre as perspectivas de curto prazo para a atividade global desde sua última reunião, em março, com o PIB mundial ponderado pelo Reino Unido agora crescendo a um ritmo moderado ao longo do período de previsão.

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Para o BoE, os riscos permanecem, mas, na ausência de um novo choque, é provável que haja apenas um pequeno impacto no PIB do aperto das condições de crédito relacionadas aos recentes desenvolvimentos do setor bancário global.

“A inflação global vem caindo nos Estados Unidos e na zona do euro, embora as medidas de núcleo da inflação permaneçam elevadas”, diz o Comitê.

A previsão é que o PIB do Reino Unido fique estável no primeiro semestre deste ano, embora a produção subjacente, excluindo o impacto estimado de greves e um feriado bancário extra, deva crescer modestamente.

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“A atividade econômica foi menos fraca do que o esperado em fevereiro, e o Comitê agora avalia que a trajetória da demanda deve ser significativamente mais forte do que o esperado no relatório de fevereiro, embora ainda moderada pelos padrões históricos”, comenta.

A perspectiva melhor reflete um crescimento global mais forte, preços de energia mais baixos, o apoio fiscal no Orçamento da Primavera e a possibilidade de que um mercado de trabalho apertado leve a uma menor poupança preventiva das famílias.

Ainda segundo o BoE, embora haja indícios de que o mercado de trabalho começou a se afrouxar, espera-se que continue mais apertado do que o registrado em fevereiro. “A taxa de desemprego deverá agora permanecer abaixo de 4% até o final de 2024, antes de subir na segunda metade do período de previsão para cerca de 4,5%.”

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A inflação medida pelo CPI foi de 10,2% no primeiro trimestre de 2023, acima do esperado na época das reuniões do Comitê de fevereiro e março, com a surpresa positiva concentrada nos principais preços de bens e alimentos. “Embora ainda elevados, o crescimento nominal dos salários do setor privado e a inflação do IPC de serviços ficaram próximos das expectativas”, pondera o BoE.

O banco central britânico prevê que a inflação deve cair acentuadamente a partir de abril, em parte porque grandes aumentos no nível de preços um ano atrás saíram da comparação anual. Além disso, a extensão no Orçamento da Primavera da política chamada de Garantia do Preço da Energia e as quedas nos preços atacadistas da energia reduzirão a contribuição das contas domésticas de energia para a inflação do CPI.