BoE: alta de 50 pontos-base nos juros estará entre as alternativas, diz Bailey

Autoridade ressaltou que isso não está definido de antemão, mas será alvo de discussões dos dirigentes

Estadão Conteúdo

Sede do Banco da Inglaterra (BoE)

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O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmou nesta quarta-feira (19) que uma elevação de 50 pontos-base nos juros é uma das opções possíveis, para a próxima reunião do banco central. Durante discurso na Mansion House, a autoridade ressaltou que isso não está definido de antemão, mas será alvo de discussões dos dirigentes, que também deverão definir detalhes sobre a estratégia para começar a vender bônus do Reino Unido (gilts) do portfólio do BC.

Bailey também enfatizou o compromisso de atingir a meta de 2% de inflação do BoE, “sem meio termo”. Em seu discurso, ele tratou de “distúrbios recentes” que influem na política monetária, como o choque da covid-19 e a incerteza trazida pela pandemia, sobretudo em suas etapas iniciais. O segundo desajuste foi provocado pela recuperação da covid-19, notou ele, com grandes desequilíbrios entre oferta e demanda, o que exacerbou a inflação. Os problemas nas cadeias globais de produção são ainda exacerbados pela política de covid-19 zero da China, disse.

O presidente do BC britânico citou ainda a guerra da Rússia na Ucrânia como elemento importante. Neste momento, o conflito é o maior choque a influir na inflação, concentrado em energia e alimentos. Ele ainda rechaçou o argumento de que os problemas econômicos sejam causados pelas sanções ocidentais, não pela própria guerra.

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Bailey citou ainda como “distúrbio”, no plano interno, a redução nos últimos anos na força de trabalho do Reino Unido, ao longo dos últimos dois anos. Isso contribui para a pressão inflacionária, ao dificultar as contratações de funcionários. A redução no mercado de trabalho “aumenta o risco de que a inflação que veio para nós de fora fique arraigada em pressões inflacionárias domésticas mais persistentes”, advertiu. Ele mencionou também o “grande choque em nossa renda real nacional” com a inflação, em contexto de desaceleração econômica.

Segundo Bailey, o balanço de riscos da inflação “é de alta”. Ele lembrou, porém, que o BC projetava em maio que a inflação “caia rapidamente no próximo ano”, retornando à meta em 2023 e inclusive ficando abaixo delas depois disso.

Em sua fala, Bailey ainda defendeu a importância do atual regime de política monetária do BoE, com o banco central independente. Para ele, esse modelo é “mais importante que nunca” no quadro atual.

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