BID pretende divulgar metas conjuntas com bancos multilaterais no sábado

O brasileiro Ilan Goldfajn, que preside o BID, alerta para a necessidades dos países em desenvolvimento por financiamentos vultosos para fazerem frente à transição climática

Reuters

Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, fala à Reuters em Marrakech, no Marrocos - 11/10/2023 (Reuters/Susana Vera)

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Washington (Reuters) – O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) planeja divulgar no sábado comunicado com metas conjuntas dos bancos multilaterais de desenvolvimento que deverão envolver o compartilhamento de prioridades e a possibilidade de cofinanciamento de projetos, disse Ilan Goldfajn, presidente do banco, nesta quarta-feira (17).

Em uma entrevista à Reuters na sede do banco, Goldfajn afirmou que o esforço visa fazer com que os bancos multilaterais trabalhem como um sistema conforme exploram maneiras novas e inovadoras de alavancar a concessão de empréstimos.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês), que se reúnem no sábado em Washington para um encontro promovido pelo BID, têm sido crescentemente chamados a aumentar o escopo e relevância do seu trabalho em meio às necessidades dos países em desenvolvimento por financiamentos vultosos para fazerem frente à transição climática.

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Segundo Goldfajn, um esboço desta nota conjunta deverá ser apresentado na reunião de quinta-feira do G20, às margens das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, após a presidência brasileira do grupo ter pautado a reforma dos bancos multilaterais como tema para o dia.

“Se tudo correr bem, esse nosso exercício, que é só dos MDBs, vira um insumo principal para o G20 e para a presidência brasileira no plano de ação para os MDBs”, afirmou.

Um dos instrumentos em relação ao qual o BID faz grandes apostas é o início da canalização dos Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional através dos MDBs.

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Goldfajn disse esperar aprovação do FMI em reunião já marcada para maio, o que abriria caminho para a busca posterior de investidores âncora pelo BID e outros MDBs.

Ele disse que Banco Central Europeu demonstrou postura cautelosa quanto à ao uso dos SDRs com promessas de liquidez, o que provavelmente impediria países do bloco de fazerem investimentos diretos.

Mas Goldfajn ressalvou que esses países poderiam atuar no mercado secundário, o que também seria muito importante para o projeto virar realidade e ganhar tração.

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