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O Banco Central Europeu (BCE) afirma que a perspectiva para o crescimento e a inflação na zona do euro “continua altamente incerta”. Em boletim publicado nesta quarta-feira (10), a instituição diz que há riscos, entre eles a guerra da Rússia na Ucrânia e um aumento nas tensões nas fronteiras geopolíticas, que poderia fragmentar o comércio global e pesar na economia do bloco.
O crescimento poderia também ser mais fraco caso os efeitos da política monetária agissem com mais impulso do que o previsto, ou se a economia global enfraquecer, pesando na demanda pelas exportações da zona do euro.
Por outro lado, poderia haver maior crescimento que o previsto se a força do mercado de trabalho, o avanço da renda real e a menor incerteza conseguirem dar maior confiança aos consumidores.
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O BCE menciona como riscos à inflação potenciais novas pressões para cima sobre os custos com energia e alimentos, também relacionadas à retirada unilateral da Rússia de um acordo para escoar grãos da região do Mar Negro.
Condições climáticas ruins poderiam puxar os preços de alimentos para cima, no contexto de crise climática global em andamento, lembra o BCE. A inflação, porém, poderia cair mais rápido se preços mais baixos de energia e alimentos fossem repassados rápido a outros bens e serviços, aponta.
Na avaliação do BCE, o aperto na política monetária continua a ser transmitido para as condições de financiamento. Já a inflação “continua a declinar, mas ainda deve seguir muito elevada por muito tempo”.
O Banco Central Europeu reafirma que suas decisões futuras pretendem garantir que os juros seguem em níveis “restritivos o suficiente” o tempo necessário para garantir o retorno em tempo “adequado” da inflação à meta de 2%. O conselho continuará a agir a partir dos indicadores, para determinar o nível e a duração apropriados para o aperto, diz o boletim.