BC tem visão que inflação está ancorada no médio e longo prazos, diz Campos Neto

"Grande parte da agenda e do que precisamos fazer e conseguimos fazer se deve a um juro mais baixo", destacou

Estadão Conteúdo

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 9, que a visão da autarquia é de que a inflação “está ancorada no médio e longo prazo”. Ele também destacou a queda dos juros no Brasil.

“Grande parte da agenda e do que precisamos fazer e conseguimos fazer se deve a um juro mais baixo na parte longa. A queda do juro longo foi bem maior”, pontuou Campos Neto, durante coletiva de imprensa para falar sobre a Agenda BC#.

Segundo ele, é importante falar sobre a estrutura a termo de juros. “O que permitiu o comportamento da curva longa de juros nos últimos tempos foi a percepção de que o governo havia embarcado em período de seriedade fiscal”, afirmou.

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Ao abordar o cenário externo, Campos Neto pontuou que grande parte do crescimento mundial atual é muito dependente do avanço asiático. Ele também citou as taxas negativas de juros nas economias avançadas e afirmou que tem havido revisões mais positivas para o crescimento em 2020.

Conversibilidade do câmbio

O presidente do Banco Central apresentou um balanço sobre o andamento das medidas propostas dentro da Agenda BC# nos últimos dez meses. Sobre o projeto de lei de conversibilidade do câmbio, o presidente do BC afirmou que as discussões devem começar com o retorno do recesso dos parlamentares. “A conversibilidade é consequência e não causa de maior internacionalização. Vamos ver se aceleramos o projeto. Outros projetos dependem do andamento desse”, avaliou .

Ele destacou ações para aumentar a eficiência e melhorar a governança do cooperativismo. “Havia uma restrição muito grande para captação, havia um problema de funding e abrimos a possibilidade de captação via letra financeira e poupança rural. Agora as cooperativas podem crescer em condição de maior igualdade no sistema financeiro”, afirmou.

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Campos Neto citou também medidas para o microcrédito, com o aumento do limite de enquadramento e a dispensa de visita presencial. “Demos mais espaço para o pequeno e médio”, completou.

O presidente do BC citou ainda a recriação do grupo de mercado de capitais, para estudar medidas de maior eficiência para o segmento. “Vamos melhorar a regulação para entrada de fundos estrangeiros”, completou.

Open Banking

Roberto Campos Neto reiterou que o Open Banking é um dos principais projetos da instituição para este ano e voltou a prometer que o sistema de pagamentos instantâneos deve estar pronto ainda em 2020. “Será um marco”, definiu.

O sistema de pagamentos instantâneos permitirá que transferências e pagamentos sejam realizados em tempo real. O serviço estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, todos os dias do ano. Atualmente, transferências realizadas por DOC e TED, por exemplo, não são feitas de forma imediata e dependem do dia da semana.

Além disso, o open banking prevê o compartilhamento dos dados bancários do cliente entre as diferentes instituições, desde que ele autorize previamente. Com isso, será possível que diferentes instituições ofereçam produtos financeiros a este cliente, o que aumenta a concorrência e as opções de serviços.

Para que o Open Banking seja implementado, haverá um processo de integração das infraestruturas de dados das instituições financeiras. A proposta do BC sobre o Open Banking está em consulta pública até o fim de janeiro, para coleta de sugestões.

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