BC: Superávit primário em outubro atinge R$ 27,1 bilhões, acima das estimativas

Nos doze meses encerrados em outubro, o superávit primário consolidado atingiu R$ 173,1 bilhões, equivalente a 1,82% do PIB

Roberto de Lira

Logo do Banco Central na fachada da sede (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 27,1 bilhões em outubro de 2022, ante superávit de R$ 35,4 bilhões em outubro de 2021, informou nesta quarta-feira (30) o Banco Central do Brasil. O dado veio um pouco acima do consenso Refinitiv, que previa superávit de R$ 26,1 bilhões.

O Governo Central e as empresas estatais apresentaram superávits de R$30,2 bilhões e de R$711 milhões, respectivamente, e os governos regionais, déficit de R$3,9 bilhões.

Nos doze meses encerrados em outubro, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$ 173,1 bilhões, equivalente a 1,82% do PIB.

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Os juros nominais do setor público consolidado somaram R$ 41,6 bilhões em outubro, comparativamente a R$ 60,4 bilhões em outubro de 2021. O aumento foi influenciado pelo resultado das operações de swap cambial (ganho de R$ 12,8 bilhões em outubro de 2022 e perda de R$ 12,9 bilhões em outubro de 2021).

Nos doze meses acumulados até outubro, os juros nominais somaram R$ 573,2 bilhões (6,03% do PIB), comparativamente a R$ 378,3 bilhões (4,44% do PIB) nos doze meses até outubro de 2021.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais, foi deficitário em R$ 14,5 bilhões em outubro de 2022.

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No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 400,1 bilhões (4,21% do PIB), caindo 0,15 ponto porcentual em relação ao déficit acumulado até setembro de 2022.

Dívida

A Dívida Líquida do Setor Público atingiu 58,3% do PIB (R$ 5,5 trilhões) em outubro, mantendo-se estável em relação ao mês anterior (58,3% do PIB).

Para esse resultado contribuíram principalmente os juros nominais apropriados (+ 0,4 p.p.), a valorização cambial de 2,8% (+0,4 p.p.), o crescimento do PIB nominal (-0,5 p.p.) e o superávit primário (-0,3 p.p.).

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No ano, o aumento de 1,1 ponto porcentual na relação DLSP/PIB foi influenciado pelos juros nominais apropriados (+5,0 p.p.), pelo efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (+1,8 p.p.), pela valorização cambial acumulada de 5,8% (+0,9 p.p.), pelo crescimento do PIB nominal (-5,0 p.p.) e pelo superávit primário acumulado (-1,7 p.p.).

Já a Dívida Bruta do Setor Público – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 76,8% do PIB (R$ 7,3 trilhões) em outubro, com redução de 0,3 ponto porcentual do PIB no mês.

Essa evolução decorreu, principalmente, do efeito do crescimento do PIB nominal (-0,7 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-0,1 p.p.), dos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.) e do efeito da valorização cambial (-0,1 p.p.).

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No acumulado no ano, a redução de 3,5 p.p. refletiu o impacto do crescimento do PIB nominal (-7,0 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-2,5 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada (-0,3 p.p.) e dos juros nominais apropriados (+6,3 p.p.).