BC do Japão deve encerrar longo período de taxas de juros negativas, diz jornal

As autoridades do banco central, incluindo o presidente Kazuo Ueda, enfatizaram que o momento de abandonar os juros negativos dependeria do resultado das negociações salariais, definidas em 5,28% em 2024

Reuters

Sede do BC do Japão, em Tóquio - 23/01/2024 (Reuters/Kim Kyung-Hoon)

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(Reuters) – O Banco do Japão vai decidir encerrar o controle da curva de rendimento e a compra de ativos de risco, ao mesmo tempo que aumentará as taxas de juros pela primeira vez em 17 anos em sua reunião de política monetária na terça-feira (18), informou o jornal Nikkei nesta segunda-feira.

O banco central do país, que está realizando uma reunião de política monetária de dois dias, está se preparando para colocar um ponto final em grande parte de seu “enorme” programa de flexibilização monetária, disse o relatório.

“Com a meta do Banco do Japão de uma inflação sustentável de 2% à vista, o banco está se movendo para orientar as taxas de juros mais altas pela primeira vez em 17 anos”, disse o Nikkei.

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Salários

As autoridades do banco central, incluindo o presidente Kazuo Ueda, enfatizaram recentemente que o momento de abandonar os juros negativos dependeria do resultado das negociações salariais anuais deste ano entre trabalhadores e empregadores.

As maiores empresas do país concordaram em aumentar os salários em 5,28% em 2024, os maiores aumentos salariais em 33 anos, informou o maior grupo sindical do país na sexta-feira.

Aumentos salariais mais intensos provavelmente aumentarão as chances de o Japão sair das taxas negativas, já que as ofertas das grandes empresas geralmente dão o tom para as ofertas das empresas menores, informou a Reuters neste mês.

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O Banco do Japão também está planejando reduzir o controle da curva de rendimentos, uma política monetária que introduziu em setembro de 2016, segundo a qual o banco central compra grandes quantidades de títulos do governo para manter os rendimentos de curto prazo perto de sua meta de -0,1% e os rendimentos de longo prazo em torno de zero, acrescentou a reportagem.