BC da Inglaterra mantém a taxa de juros pela 6ª reunião seguida, mas sinaliza cortes

Mais uma vez, não houve unanimidade na decisão, mas o número de diretores que sugeriram um corte de 25 pontos-base na taxa subiu de um para dois, com o placar desta vez ficando em 7 a 2 em favor da manutenção.

Roberto de Lira

Sede do Bank of England (Bloomberg)

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O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu nesta quinta-feira (9) manter sua taxa básica de juros em 5,25%, após concluir a reunião de política monetária. A decisão do BoE de manter os juros pela sexta reunião seguida veio em linha com a expectativa de analistas.

Segundo ata da reunião, mais uma vez não houve unanimidade na decisão, mas o número de diretores que sugeriram um corte de 25 pontos-base na taxa subiu de um para dois, com o placar desta vez ficando em 7 a 2 em favor da manutenção.

O comunicado do Comitê MPC, foi reconhecido que a orientação restritiva da política monetária está pesando sobre a atividade na economia real e que está conduzindo a um mercado de trabalho mais frouxo, influenciando as pressões inflacionistas. “Os indicadores chave da persistência da inflação estão moderando globalmente como esperado, embora permaneçam elevados.”

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O BoE lembra que a inflação ao consumidor (CPI) de doze meses caiu para 3,2% em março, de 3,4% em fevereiro. Espera-se que a inflação volte a ficar perto da meta de 2% no curto prazo, mas que aumente ligeiramente no segundo semestre deste ano, devido ao desenrolar dos efeitos de base relacionados à energia.

“Continuam a existir riscos ascendentes para as perspectivas de inflação a curto prazo decorrentes de fatores geopolíticos, embora os desenvolvimentos no Oriente Médio tenham tido um impacto limitado nos preços do petróleo até agora.”

Segundo o Comitê, a política monetária terá de permanecer restritiva durante tempo suficiente para devolver a inflação à meta de 2% de forma sustentável a médio prazo, em linha com as atribuições do MPC. “O Comitê avalia desde o outono passado que a política monetária precisa ser restritiva por um longo período de tempo até que o risco de a inflação embutido acima da meta de 2% se dissipe.”

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O MPC diz estar preparado para ajustar a política monetária, conforme justificado pelos dados econômicos, para devolver a inflação à meta de 2% de forma sustentável.

“Por conseguinte, continuará a acompanhar de perto os indícios de pressões inflacionárias persistentes e de resiliência na economia no seu conjunto, incluindo uma série de medidas sobre o aperto subjacente das condições do mercado de trabalho, o crescimento dos salários e a inflação dos preços dos serviços”, diz o comunicado.

O Comitê conclui que considerará as próximas divulgações de dados para avaliar se os riscos de persistência da inflação estão diminuindo. “Nessa base, o Comitê continuará a analisar durante quanto tempo a taxa bancária deverá ser mantida no seu nível atual.”