BC da Argentina nega rompimento de teto cambial e evita intervenção no câmbio

Autoridade monetária diz que cálculo oficial difere do mercado e mantém moeda dentro da banda acordada com o FMI, que cresce 1% ao mês

Bloomberg

Cédulas de 100 pesos e 100 dólares - 17/10/2022 (Foto: REUTERS/Ilustração/Agustin Marcarian)
Cédulas de 100 pesos e 100 dólares - 17/10/2022 (Foto: REUTERS/Ilustração/Agustin Marcarian)

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O Banco Central da Argentina contestou, nesta quarta-feira (17), que o peso tenha ultrapassado o limite superior de sua banda de negociação, alegando que seu cálculo difere ligeiramente do número obtido a partir da fórmula divulgada publicamente.

As bandas, definidas em abril em um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), aumentam gradualmente a uma taxa mensal de 1% no piso e no teto, dividida em incrementos diários. Seguindo essa matemática, o peso teria superado o limite superior de 1.474,345 por dólar nesta quarta-feira, ao ser negociado a 1.474,5.

No entanto, o sistema oficial de negociação da Argentina só permite lances em incrementos de 50 centavos, o que leva o Banco Central a arredondar o valor do limite em seus próprios cálculos. Assim, para a autoridade monetária, o teto válido na quarta-feira era de 1.474,5, o que significa que, tecnicamente, não houve violação.

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Acima do limite superior, o Banco Central comandado por Javier Milei pode intervir diretamente no mercado e vender dólares, conforme previsto no acordo de US$ 20 bilhões com o FMI. Como parte do pacto, a autoridade monetária retirou alguns controles cambiais em abril e permite que o peso flutue livremente dentro da faixa estabelecida, que se expande gradualmente a 1% ao mês.

Desde a implementação do novo regime, o Banco Central ainda não precisou intervir, embora o governo Milei tenha recorrido a outras estratégias para estabilizar a moeda, como contratos futuros.