Bancos esperam reduzir pela metade ritmo de expansão do crédito, diz Febraban

Os recursos direcionados, que em 2020 cresceram com foco maior em empresas, são os que mais devem perder força em 2021

Estadão Conteúdo

Notas de reais (Sidney de Almeida/Getty Images)

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Os bancos brasileiros, que estimam ter terminado 2020 com expansão de 13,7% para a carteira total de crédito, acreditam que em 2021 o ritmo de crescimento deverá ser reduzido pela metade, para 7%, segundo pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 16 instituições, entre os dias 16 e 21 de dezembro, e divulgada nesta segunda-feira.

Os recursos direcionados, que em 2020 cresceram com foco maior em empresas, são os que mais devem perder força em 2021, após o fim de alguns programas de estímulo criados pelo Banco Central (BC) para conter a crise econômica causada pela pandemia.

A expansão esperada para este ano é de 3,4%, um pouco menos de um terço dos 12,2% que os bancos calculam ter crescido no ano passado.

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Os recursos livres para pessoa jurídica também devem enfrentar desaceleração, com expectativa de expansão de 9,2% em 2021, menos da metade dos 21,3% de estimados para 2020.

Por outro lado, o crédito livre para pessoa física, com estimativa de crescimento de 9,2% em 2020, deve dar um passo um pouco maior em 2021, com avanço estimado de 9,9%.

Também é esperada aceleração nas concessões para aquisições de veículos, que devem passar de expansão de 7,7% para 11,1%, em linha com a expectativa de recuperação do setor automotivo, que despencou em 2020 com o fechamento de concessionárias durante os dias de quarentena mais dura e o aumento do desemprego.

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Para a taxa de inadimplência, os bancos acreditam que haver aumento de 3,5% em 2020 para 4% em 2021. Contudo, o nível esperado para este ano está menor que a expectativa verificada na pesquisa anterior, que foi feita em novembro e apontava uma taxa de 4,3% em 2021. A nova previsão, portanto, está mais próxima do que se tinha antes da pandemia. Em 2019, a inadimplência ficou em 3,7%.

Política monetária

Em relação à política do BC para a taxa básica de juros, a pesquisa da Febraban aponta que a maioria dos bancos não espera que a instituição já retire do comunicado da próxima reunião, em janeiro, o chamado “forward guidance”. Do total de bancos consultados, 57,1% acreditam que isso só ocorrerá em março e outros 28,6% apostam em maio.

No último comunicado, o BC disse que “a manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas, o que não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

Para a Selic, 80% dos bancos esperam elevação da taxa somente no terceiro trimestre de 2021, enquanto 13,3% acreditam que haverá aumento mais cedo, no segundo trimestre.

Além disso, a maioria, ou 93,3%, dos participantes segue entendendo que a inflação não deve ser um problema em 2021, com as projeções ficando abaixo (para 53,3%) ou no centro da meta (para os outros 40,0%), estabelecida em 3,75% para o ano.

Para a atividade econômica, 46,7% acreditam que o crescimento do PIB ficará entre 3% e 3,5% em 2021, enquanto 26,7% esperam expansão inferior a 3%. Já 20% apostam em avanço superior a 3,5%.

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