Banco Mundial reduz previsão de crescimento da China para 2,8% em 2022

Desempenho chinês destoa do restante da região do leste da Ásia e Pacífico, onde se espera um forte crescimento de 5,3% neste ano

Roberto de Lira

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O Banco Mundial revisou para baixo sua previsão de crescimento da China neste ano, de 4,3% (na estimativa feita em junho) para 2,8%. É prevista uma recuperação para 2023, quando o PIB do gigante asiático crescerá 4,5%, mas bem abaixo dos 8,1% registrados em 2021. A projeção faz parte do mais recente relatório da entidade sobre a economia da Ásia e região do Pacífico.

Ao mesmo tempo, a projeção é de que a região do leste da Ásia e do Pacífico fora da China acelere neste ano, para um crescimento de 5,3% em 2022 (ante 2,6% em 2021).

Para o Banco, os países da região se recuperaram mais rápido dos efeitos da pandemia de covid-19 e elevaram suas exportações, enquanto a China perdeu força por contas das medidas contínuas para conter o vírus, que incluíram vários lockdowns.  A China representa cerca de 86% da produção da região.

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Inflação e dívida

Olhando para o futuro, a Banco Mundial prevê que o desempenho econômico em toda a região pode ser comprometido pela desaceleração da demanda global, aumento da dívida e dependência de correções econômicas de curto prazo para amortecer os aumentos de preços de alimentos e combustíveis.

Segundo o relatório, embora o turismo esteja revivendo, apoiando o crescimento em países como Tailândia, Filipinas e muitas ilhas do Pacífico, a desaceleração econômica deve reduzir a demanda pelas exportações da região.

A capacidade dos governos da região de fornecer apoio político continuado é distinta, com alguns deles cada vez mais limitados pelo aumento da dívida. Enquanto a inflação interna deflaciona a dívida, a inflação no exterior está provocando um aumento nas taxas de juros, saídas de capital e depreciação da taxa de câmbio, o que aumenta o peso da dívida.

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“A recuperação econômica está em andamento na maioria dos países do Leste Asiático e do Pacífico”, disse a vice-presidente do Banco Mundial no Leste Asiático e Pacífico, Manuela Ferro. “À medida que se preparam para desacelerar o crescimento global, os países devem abordar as distorções das políticas domésticas que são um impedimento ao desenvolvimento de longo prazo.”