Banco da Inglaterra amplia programa de recompra de títulos e inclui ‘gilts’ indexados à inflação

BoE pode comprar até £ 5 bilhões de 'gilts' indexados; plano do Banco começou em 28 de setembro, após governo anunciar forte redução de impostos

Roberto de Lira

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Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) comunicou nesta terça-feira (11) que está ampliando o programa de recompra de títulos de longo prazo (gilts), incluindo agora títulos indexados à inflação – os chamados linkers. A nova fase do programa vai até sexta-feira (14) e será feita em conjunto com os leilões de compra diários dos títulos convencionais.

O BoE informou que está pronto para comprar até 10 bilhões de libras (US$ 11 bilhões) em gilts por dia, dos quais até £ 5 bilhões (US$ 5,5 bilhões) serão alocados para títulos convencionais de longo prazo e outros £ 5 bilhões para os indexados.

Os gilts britânicos indexados tiveram venda maciça na segunda-feira (10), apesar do anúncio ontem que o BoE iria dobrar o volume máximo de suas recompras de títulos convencionais.

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Segundo o Banco Central, essas operações adicionais vão atuar como uma barreira adicional para restaurar as condições de mercado, absorvendo temporariamente a venda de gilts indexados em excesso da capacidade de intermediação do mercado.

A autoridade monetária informou ainda que continua a acompanhar de muito perto a evolução dos mercados financeiros à luz da significativa reprecificação dos ativos nas últimas semanas.

Também tem trabalhado com as autoridades do Reino Unido para abordar os riscos para a resiliência dos fundos de investimentos orientados por passivos (LDI, na sigla em inglês), decorrentes da volatilidade no mercado de títulos do governo de longo prazo.

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O Banco Central iniciou o programa de recompra de títulos em 28 de setembro, após o mercado receber mal um programa do governo britânico de redução de impostos. Muitos fundos de pensão que detinham grandes posições em investimentos baseados em derivativos foram então prejudicados por uma forte venda da dívida do governo do Reino Unido. O BoE disse hoje que essa venda maciça representa um “risco material” para a estabilidade financeira do país.