Avião que vai buscar vacinas na Índia decola hoje do Recife

Ao chegar, a vacina ainda precisa aguardar o aval da Anvisa

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Decola hoje (15) do Recife em direção a Mumbai, na Índia, o avião da companhia aérea Azul que vai buscar os 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 importadas do país asiático. A previsão é que a aeronave decole às 23h e chegue amanhã (16) à Índia.

Inicialmente o voo estava previsto para decolar na noite de ontem (14), também às 23h, mas a viagem foi reprogramada em razão de questões logísticas internacionais.

O voo com destino ao Recife partiu na tarde de ontem, por volta das 15h30, do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A Azul comentou a alteração na viagem e disse que, após chegar à capital pernambucana, a tripulação pernoitaria na cidade, prosseguindo o voo nesta sexta-feira.

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A volta da aeronave ao Brasil estava marcada para sábado(16), aterrissando no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Mas, com a alteração no voo, ainda não há informações sobre o retorno do avião.

“A data de retorno ao Brasil, com a carga de vacinas estimada em 15 toneladas, ainda está sendo avaliada de acordo com o andamento dos trâmites da operação de logística feita pelo governo federal em parceria com a Azul”, disse o Ministério da Saúde, ontem, em nota.

Ao chegar, a vacina ainda precisa aguardar o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência se reúne no domingo (17) para analisar o pedido de uso emergencial apresentado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira da AstraZeneca e da Universidade de Oxford no Brasil.

De acordo com o ministério, a vacina será distribuída aos estados em até cinco dias após o aval da Anvisa para, assim, dar início à imunização em todo o país, de forma simultânea e gratuita.

A segurança no transporte das doses pelo Brasil será realizada pelas Forças Armadas, em ação conjunta com o Ministério da Defesa.

Aeronave

O avião que parte em direção à Índia é um Airbus A330neo, maior aeronave da frota da Azul, e estará equipado com contêineres específicos para garantir o controle de temperatura das doses, de acordo com as recomendações do fabricante. O avião percorrerá cerca de 15 mil quilômetros até o destino final.

O ministério informou que, além do apoio da Azul, conta com a Associação Brasileira de Empresas Aéreas por meio das companhias aéreas Gol, Latam e Voepass, para a logística de transporte gratuito da vacina.

Atrasos?

Além dos desafios já postos, ainda há outras questões envolvidas. Anurag Srivastava, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, afirmou nesta quinta-feira (14) que o país ainda está avaliando a possibilidade de exportar doses de imunizantes produzidos em seu território.

Segundo ele, seria “muito cedo” para dar uma resposta sobre o assunto, afirmou durante uma coletiva semanal.

“Como você deve saber, o processo de vacinação está apenas começando na Índia. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento para outros países, pois ainda estamos avaliando os cronogramas de produção e entrega. Tomaremos decisões a esse respeito no devido tempo, isso pode levar algum tempo”, disse o porta-voz durnte a entrevista coletiva.

A declaração, que ocorreu um dia antes de o Brasil enviar um avião para buscar em Mumbai 2 milhões de doses da vacina, acende um sinal de alerta para possíveis atrasos ou outros entraves.

A campanha de vacinação na índia tem data marcada para começar começar neste sábado (16) – mesmo dia em que a chegada das doses ao Brasil aconteceria. Agora, a expectativa é de que cheguem entre domingo (17) e segunda-feira (18).

O Ministério da Saúde divulgou uma nota nesta quinta-feira informando que as autoridades brasileiras trabalham na Índia “para assegurar que a chegada da aeronave seja autorizada e que a licença de exportação da carga seja concedida sem percalços. A Força Aérea Brasileira também está envolvida nas questões de autorização do sobrevoo e pouso da aeronave”.

Além dos dois milhões de doses da AstraZeneca, o Brasil conta ainda com mais 6 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan, produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, que também serão distribuídas aos estados através do Programa Nacional de Imunizações (PNI) assim que houver o aval da Anvisa, disse o ministério na nota.

No total, o Brasil já tem contratadas com laboratórios internacionais 354 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, “além de seringas suficientes para aplicar a vacina em todos os brasileiros”, ressaltou a pasta.

*Com Agência Brasil 

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