Após dois meses de queda, produção industrial sobe 0,3% em outubro; previsão era de estabilidade

Na comparação com outubro de 2021, houve crescimento de 1,7%; no ano, a indústria acumula queda de 0,8% e, em 12 meses, de 1,14%.

Roberto de Lira

(Shutterstock)

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A produção industrial brasileira subiu 0,3% entre os meses de setembro e outubro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador veio melhor que o consenso Refinitiv, que aponta para estabilidade (0,0%). O resultado veio após dois meses de queda, período no qual acumulou uma perda de 1,3%.

Na comparação com outubro de 2021, houve crescimento de 1,7% (previsão de 1,6%). No ano, a indústria acumula queda de 0,8% e, em 12 meses, de 1,14%.

Apenas sete dos 26 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento em outubro. Com esse resultado, o setor encontra-se 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,4% abaixo do nível recorde alcançado pelo setor em maio de 2011.

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Segundo André Macedo, o gerente da pesquisa, embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no início do ano, uma vez que marcou resultados positivos por quatro meses em sequência, nos últimos meses o setor apresenta um comportamento de predominância negativa.

“Nos últimos cinco meses, em três oportunidades, observa-se queda na produção e com a característica de um número maior de atividades industriais no campo negativo, permanecendo longe de recuperar as perdas de um passado recente”, analisa.

Atividades

As atividades econômicas que exerceram maior influência positiva no mês frente ao mês anterior foram produtos alimentícios (4,8%) e metalurgia (4,6%), com a primeira eliminando parte da perda de 7,1% acumulada nos meses de setembro e agosto. Já a segunda voltou a crescer após recuar 7,6% no mês anterior.

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Por outro lado, veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,7%), máquinas e equipamentos (-9,1%) e bebidas (-9,3%) exerceram os principais impactos negativos em outubro, com a primeira marcando o segundo mês seguido de redução na produção e acumulando perda de 6,8% nesse período; a segunda eliminando parte do avanço de 16,9% acumulado nos meses de setembro e agosto; e a última intensificando o recuo verificado no mês anterior (-5,7%)

Também recuaram couro, artigos para viagem e calçados (-13,2%), outros produtos químicos (-3,0%), produtos diversos (-12,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,1%), produtos de madeira (-8,8%), produtos de borracha e de material plástico (-2,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%).

Comparação anual

Em comparação com outubro de 2021, foram observados resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, em 9 dos 26 ramos, e em 29 dos 79 grupos. Além disso, 44,2% dos 805 produtos pesquisados resultaram na alta ante o mesmo mês do ano passado.

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Entre as atividades, as principais influências positivas nessa comparação vieram de produtos alimentícios (12,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%) e indústrias extrativas (4,5%). Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,6%), outros equipamentos de transporte (30,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,1%) e celulose, papel e produtos de papel (2,7%) também contribuíram positivamente.

Entre as atividades que registraram queda, produtos de madeira (-24,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,3%), bebidas (-5,9%) e metalurgia (-3,7%) tiveram impacto maior sobre a indústria.