Apesar das aparências, Putin não é tão imune à queda do petróleo

Realisticamente, o Kremlin pode sentir o impacto se a guerra de preços durar muito mais de um ano, segundo analistas

Bloomberg

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(Bloomberg) — Depois de iniciar uma guerra de preços do petróleo que abalou mercados globais, a Rússia se vangloria de que pode arcar com um de barril de petróleo de até US$ 25 ao longo da próxima década. Economistas não têm tanta certeza.

A Rússia apertou o orçamento nos últimos cinco anos e acumulou mais de US$ 550 bilhões em reservas, o que deixa o país em uma posição mais forte do que a rival Arábia Saudita. Realisticamente, porém, o Kremlin pode sentir o impacto se a guerra de preços durar muito mais de um ano, segundo analistas.

Particularmente, estão em risco os aumentos de gastos que o presidente Vladimir Putin prometeu para ajudar a melhorar o padrão de vida dos cidadãos, há muito tempo estagnado.

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“Se em um ano o petróleo se estabilizar perto de US$ 30, terão que tomar medidas para cortar gastos ou aumentar impostos, não há outras opções”, disse Natalia Orlova, economista-chefe do Alfa-Bank, em Moscou.

Com o petróleo a US$ 35 o barril, o orçamento da Rússia poderia aguentar cerca de três anos, de acordo com Karen Vartapetov, analista da S&P Global Ratings, em Moscou. Até esta semana, o banco central russo considerava esses preços um “cenário de risco”. Em relatório publicado em 2019, a autoridade monetária estimava que o petróleo a US$ 25 o barril levaria a economia russa à recessão neste ano.

Por enquanto, Putin exala confiança. Na terça-feira, o presidente russo disse a parlamentares que o país enfrentará a atual tempestade econômica e pediu apoio ao plano para permanecer no cargo por mais 16 anos.

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Putin fez do crescimento econômico um foco de seu mandato presidencial, que termina em 2024, e planejava aumentar os gastos em infraestrutura e ajuda social para 1,3% do PIB este ano. Cortes de gastos e diminuição da renda tiveram forte peso na recente queda da popularidade de Putin.

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