Anúncios de demissões nos EUA em setembro sobem 67,6% ante 2021, diz Challenger

Foi o quinto mês neste ano em que os cortes foram maiores do que no mês correspondente do ano anterior; varejo liderou demissões

Roberto de Lira

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Os empregadores norte-americanos anunciaram 29,9 mil cortes de empregos em setembro, um aumento de 46,4% em relação aos 20,5 mil cortes anunciados em agosto. O número é também 67,6% maior do que os 17,9 mil cortes anunciados no mesmo mês do ano passado, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (6) pela empresa global de recolocação e coaching de negócios e executivos Challenger.

Segundo a Challenger, foi o quinto mês neste ano em que os cortes foram maiores do que no mês correspondente do ano anterior.

No terceiro trimestre, os empregadores anunciaram 76.284 cortes de empregos, uma ligeira queda de 1,6% em relação aos 77.515 cortes anunciados no trimestre anterior. Mas isso representou um aumento de 45,1% em relação ao terceiro trimestre de 2021, quando os empregadores anunciaram redução de 52.560 trabalhadores das folhas de pagamento.

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“Algumas rachaduras começam a aparecer no mercado de trabalho. As contratações estão diminuindo e os eventos de downsizing estão começando a ocorrer”, disse Andrew Challenger, vice-presidente sênior da Challenger.

Setores

Os varejistas lideraram os anúncios de corte de empregos em setembro, com previsão de 9.273 demissões. Já as empresas de tecnologia seguiram com 4.212 cortes em setembro, para um total de 18.620 até agora este ano. Isso representa um aumento de 86% em relação aos cortes anunciados durante o mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, o setor automotivo lidera todas as indústrias em cortes de empregos no acumulado do ano, com 28.922, um aumento de 194% em relação aos 9.831 cortes anunciados até setembro do ano passado.

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Já os cortes no setor de tecnologia financeira (as fintechs) aumentaram 927% em relação ao ano passado, de 563 até setembro de 2021 para 5.780 cortes, no mesmo período deste ano.

O setor financeiro, que está lidando com uma possível recessão e desaceleração do setor imobiliário, anunciou 14.832 cortes, um aumento de 81% em relação aos 8.205 anunciados até setembro de 2021.

“O arrefecimento do mercado imobiliário e os aumentos das taxas do Fed estão levando a cortes de empregos entre os funcionários de hipotecas em bancos e credores. As preocupações com a recessão estão levando ao aumento da incerteza e as empresas de todos os setores estão começando a reavaliar as necessidades de pessoal”, comunicou a Challenger.