Alimentos pressionam e preços ao produtor no Brasil sobem 9,42% em 2024, diz IBGE

Esse resultado é, em grande parte, explicado pelos maiores preços das carnes, especialmente as bovinas e as de aves

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – Os preços ao produtor no Brasil aceleraram a alta em dezembro e encerraram 2024 com avanço acumulado de 9,42% sob pressão de alimentos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.


No último mês do ano o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,48%, de 1,25% no mês anterior. Em 2023, o índice havia apresentado queda de 4,99% no acumulado do ano.


“O resultado do IPP em dezembro e no ano de 2024 como um todo pode ser explicado, parcialmente, pela alta recente e corrente do dólar. Isso porque o câmbio, pela ótica do produtor, impacta diversos setores da indústria”, explica Murilo Alvim, analista do IBGE.

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“Praticamente todos os setores que se destacaram no indicador de longo prazo sofreram, em alguma medida, impacto do dólar: alimentos, metalurgia, químicos, fumo, madeira e outros equipamentos de transporte”, completou.


Em dezembro, o dólar à vista valorizou 2,96% ante o real, terminando 2024 com alta acumulada de 27,36%, maior oscilação desde 2020.


O IBGE apontou que os alimentos foram a atividade com maior influência em dezembro e no acumulado no ano, marcando respectivamente altas de 1,90% e 14,08% — a última a maior variação em um fechamento de ano desde dezembro de 2021 (18,66%).

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“Esse resultado é, em grande parte, explicado pelos maiores preços das carnes, especialmente as bovinas e as de aves. O grupo de abate e fabricação de produtos de carne, por exemplo, teve alta de 2,84% no mês”, disse Alvim, citando fatores como demanda mais aquecida, aumento das exportações e a alta do dólar.


Além das carnes, teve forte influência no resultado anual de alimentos o café, que disparou 69,28% em 2024, em meio ao declínio global da oferta, de acordo com Alvim.


O impacto dos alimentos nos bolsos dos consumidores já pôde ser sentido no IPCA-15 de janeiro, que subiu 0,11%.


Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital subiram 7,52% no acumulado do ano, enquanto bens intermediários avançaram 8,49% bens de consumo avançaram 11,24%.


O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.