Alemanha: presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, anuncia que deixará o cargo por “questões pessoais”

"Cheguei à conclusão de que, após mais de dez anos, é uma boa hora para embarcar num novo capítulo", afirmou

Estadão Conteúdo

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O presidente do banco central da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, anunciou nesta quarta-feira (20) que deixará o cargo em 31 de dezembro, cinco anos antes do previsto, por “questões pessoais”.

“Cheguei à conclusão de que, após mais de dez anos, é uma boa hora para embarcar num novo capítulo – para o Bundesbank, mas também para mim, pessoalmente”, disse em comunicado Weidmann, que é considerado um dos dirigentes mais “hawkish” – favorável à retirada de estímulos monetários – do Banco Central Europeu (BCE).

Ainda no comunicado, Weidmann agradeceu aos colegas do conselho decisório do BCE, sob a liderança de Christine Lagarde, pela “atmosfera aberta e construtiva em discussões ocasionalmente difíceis dos últimos anos”, incluindo a nova estratégia da autoridade monetária.

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“Concordou-se em estabelecer uma meta de inflação simétrica e mais clara. É preciso dar mais atenção a efeitos colaterais, em particular a riscos de estabilidade financeira”, disse Weidmann.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, lamentou a decisão. “Respeito a decisão (de Weidmann)…mas também lamento imensamente”, disse Lagarde, em sua conta oficial no Twitter.

Weidmann sempre foi um dos críticos mais ferrenhos da postura acomodatícia do BCE. Em comunicado sobre sua decisão, ele apontou que será crucial o BCE “não olhar de forma unilateral para os riscos deflacionários”, mas também “não perder de vista possíveis perigos inflacionários”.

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O comentário de Weidmann veio no dia em que dados oficiais confirmaram que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou para 3,4% em setembro, atingindo o patamar mais alto desde igual mês de 2008. Embora os preços no bloco estejam se mantendo altos por mais tempo do que se imaginava, autoridades do BCE, incluindo Lagarde, seguem avaliando que o salto da inflação é transitório.

O euro não reagiu de forma significativa à renúncia de Weidmman. Às 6h50 (de Brasília), a moeda única era negociada a US$ 1,1626, ante US$ 1,1640 no fim da tarde de terça.

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