AIE mantém previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, ainda em níveis recordes

Relatório mensal da agência diz que a oferta global de petróleo em 2023 deve crescer 1,5 milhão de barris, em nível também recorde

Estadão Conteúdo

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A Agência Internacional de Energia (AIE) manteve sua expectativa para crescimento na demanda global por petróleo em 2023, em 2,2 milhões de barris por dia (bpd), para um total de 102,2 milhões de bpd, e destacou que ela está “escalando a níveis recordes”.

Em relatório mensal, a entidade sediada em Paris revisou em baixa de 100 mil bpd a previsão para avanço da demanda global pelo óleo em 2024, para uma alta de 1 milhão de bpd, chegando a 103,2 milhões de bpd.

A AIE diz que a oferta global de petróleo em 2023 deve crescer 1,5 milhão de barris, em nível também recorde. No ano que vem, países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) devem puxar o avanço na oferta, com alta de 1,3 milhão de bpd, enquanto os da Opep+ devem ampliar sua oferta em 160 mil bpd.

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Apenas em julho, houve queda de 910 mil bpd na oferta de petróleo, a 100,9 milhões de bpd, diante da retração na produção da Arábia Saudita – o país atua para apoiar os preços.

Ainda segundo a AIE, as exportações de petróleo da Rússia ficaram “constantes em cerca de 7,3 milhões de bpd” em julho. Os preços mais altos e menores descontos para o produto russo elevaram a receita do país com essas exportações em US$ 2,5 bilhões, para US$ 15,3 bilhões, diz a AIE.

Esse montante ficou inferior em US$ 4,1 bilhões aos níveis de um ano atrás. O movimento ocorre no contexto de um esforço liderado pelos EUA para boicotar o petróleo da Rússia, por causa da guerra na Ucrânia.

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A AIE informa também que os estoques globais de petróleo monitorados tiveram recuo de 17,3 milhões de bpd em junho, puxado pelos membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E dados preliminares sugerem que os estoques globais recuaram mais em julho e agosto, acrescenta a associação.

Na frente dos preços, o contrato do Brent teve alta de US$ 11 em julho, a US$ 86 o barril em média, em quadro de melhor sentimento sobre a economia, com inflação desacelerando, avalia a AIE. Os cortes na oferta de Arábia Saudita e Rússia apoiaram os preços, acrescenta.