Amazon fechará quase 70 lojas físicas, mas manterá outras. Veja quais são as apostas da varejista

Só 3% da receita de US$ 137 bilhões no último trimestre veio das lojas físicas. Supermercados, lojas de departamento e tecnologia são prioridades da Amazon

Mariana Fonseca

Rede 4-Star é um dos alvos do fechamento de lojas da Amazon (Foto: Dan Kitwood/Getty Images)

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A Amazon (AMZO34) continua a apostar no poder das lojas físicas. Porém, isso não significa que todos os formatos testados pela varejista nos últimos anos devam continuar a existir. A gigante do comércio anunciou nesta semana que fechará 68 livrarias, quiosques e unidades de revenda de produtos nos Estados Unidos e no Reino Unido, segundo a agência de notícias Reuters.

Essa decisão marca o fim de algumas estratégias da varejista que foram marcantes, mas não produziram o resultado financeiro esperado.

O jornal The New York Times traçou um histórico: a Amazon abriu sua primeira livraria física em 2015. Depois lançou a 4-Star, rede de lojas que vendiam itens bem avaliados no e-commerce, em 2018. A varejista criou ainda pequenos quiosques, chamados Pop-Up, em 2019. O plano executado foi o de levar experiências online ao mundo físico: consumidores encontravam nas livrarias resenhas de livros deixadas pelos usuários do e-commerce da Amazon.

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Mas a XP Investimentos ressaltou em seu radar global diário que “a modalidade física de seus negócios parece não acompanhar o crescimento do e-commerce“. Apenas 3% da receita de US$ 137 bilhões que a varejista apresentou no último trimestre veio das suas lojas físicas – e boa parte se deveu a outras verticais, como a rede de supermercados Whole Foods, comprada em 2017 pela Amazon.

Escolhendo apostas entre as lojas físicas

Apesar de tantos fechamentos, algumas apostas da Amazon nas lojas físicas continuarão, como a própria Whole Foods. A XP destacou que, “apesar do resultado ruim do seu segmento de lojas físicas, a companhia ainda está determinada a investir em sua linha supermercados e no desenvolvimento de lojas de departamento para os próximos anos, abandonando apenas parte de seus negócios físicos.”

A Amazon manterá intactas as mais de 500 unidades da Whole Foods e as mais de 20 lojas da rede Amazon Fresh, de acordo com o The New York Times. O InfoMoney também já falou sobre o plano da Amazon de abrir grandes lojas de departamento em uma matéria especial sobre o novo varejo.

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Serão lojas grandes nos Estados Unidos, para vender desde roupas até produtos eletrônicos. Essa expansão física foi anunciada mesmo depois do colossal crescimento do varejo online, impulsionado pela pandemia de covid-19. Segundo o especial do InfoMoney, a mesma pandemia que fez as lojas fecharem mostrou a relevância desses pontos físicos para muitas varejistas e derrubou uma das teses do futuro do varejo: a de que a modernização e as compras do varejo devem acontecer apenas no ambiente online.

“Continuamos comprometidos a construir experiências e tecnologias para o varejo físico que sejam excelentes e de longo prazo. Estamos trabalhando de maneira próxima com nossos funcionários afetados para que eles consigam novos cargos dentro da Amazon”, afirmou Betsy Harden, porta-voz da companhia, em depoimento ao The New York Times.

Segundo a XP, uma última estratégia da varejista é levar mais serviços tecnológicos aos varejos tradicionais. Exemplos são o serviço de pagamento com a palma da mão Amazon One e o carrinho de supermercado com sensores para contabilizar produtos Dash Carts. Outros exemplos ressaltados por Betsy ao The New York Times são as lojas de atendimento mais tecnológico Amazon Go (mercados autônomos) e Amazon Style (acessórios, roupas e sapatos com pedidos por aplicativo).

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.