Ação da CSN chega a saltar 10% entre alta do minério e “dedo gordo”, mas fecha com ganhos de apenas 3%

Expectativa já era de alta para a ação em meio à forte alta do minério de ferro, mas papéis tiveram alta ainda mais expressiva nesta sessão 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Apesar de operar em alta durante todo o pregão, a CSN (CSNA3) registrou uma sessão de volatilidade nesta quarta-feira (30). A siderúrgica, que fechou o pregão com ganhos de 3,39%, a R$ 10,38, chegou a avançar 10,66% na máxima do pregão. O volume financeiro registrado também foi bastante expressivo, de R$ 614 milhões, ante giro médio dos últimos 21 pregões de R$ 78,15 milhões. 

A expectativa para os papéis logo no início do pregão já era de alta, em meio à exposição da companhia ao minério de ferro, que registrou mais um dia de ganhos após a decisão da Vale (VALE3) de fechar 10 barragens de rejeitos, o que gerou uma revisão de preços para a commodity e a fez disparar. O minério de ferro à vista negociado em Qingdao fechou esta quarta com alta de 6,4%, a US$ 85,05 a tonelada. 

O Goldman Sachs elevou a projeção para o preço do minério para US$ 80 a tonelada, assumindo que a produção da Vale caia entre 10 milhões e 15 milhões de toneladas este ano. Já Cicero Prado Machado, analista de minério e ferro da Wood Mackenzie, destacou ter elevado a estimativa anual para 2019 de US$ 67 a tonelada para US$ 71 a tonelada. 

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Vale ressaltar que, na última segunda-feira, a ação da CSN registrou forte queda de 5,69%, sentindo o efeito do rompimento da barragem em Brumadinho. Os investidores mostram receio com riscos de eventuais complicações em barragens da siderúrgica. A CSN é dona da mina Casa de Pedra, que fica em Congonhas (MG). A companhia enfrenta um alto endividamento e, em caso de pagamento de multas e aumento da regulação, o receio é de que ela não teria condições de arcar com seus compromissos.

Assim, a CSN recuperou parte das perdas com a alta nesta sessão. Porém, neste pregão, os papéis chegaram a saltar 10%. As informações são de que um erro operacional, conhecido como “dedo gordo” no jargão de mercado, teria levado ao salto dos papéis.

O erro acontece quando um investidor coloca uma ordem acima do que deveria por erro de digitação. A B3 informou em comunicado ter cancelado uma ordem de compra, no caso feita pela Santander Corretora, que emitiu uma ordem de compra de 500 mil ações CSNA3 a R$ 11,95, totalizando R$ 6 milhões. Posteriormente, a ordem foi cancelada. 

Durante a tarde, os papéis voltaram ao leilão por conta de uma negociação de um block trade (negociação em bloco) realizado pelo Morgan Stanley. O banco americano negociou 35,2 milhões das ações a R$ 10,35, num montante de R$ 364,3 milhões.

Assim, após a disparada, durante a tarde a ação amenizou fortemente os ganhos, fechando em uma alta bem menos expressiva do que a valorização de dois dígitos registrada durante o pregão. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.